PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), iniciou uma investigação após denúncias do prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini, do PL. Abilio afirmou que vereadores da capital teriam sido eleitos com o apoio de uma facção criminosa, e a denúncia foi oficializada pelo procurador de Justiça Domingos Sávio em uma declaração feita na quarta-feira (13), divulgada em suas redes sociais.
“O Ministério Público, por meio do Gaeco, já instaurou uma investigação preliminar visando apurar as declarações feitas pelo prefeito eleito Abilio Brunini de que vereadores de Cuiabá foram eleitos apoiados por organizações criminosas que estariam agora tentando influenciar na definição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá. Vamos acompanhar essas investigações do Gaeco e tenho certeza que teremos um esclarecimento de tudo isso”, afirmou Domingos Sávio em um vídeo compartilhado no Instagram.
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Denúncia à PF
O prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini, na última segunda-feira (11), informou que já denunciou à Polícia Federal (PF) a possível interferência de uma facção criminosa na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal. Em declaração à imprensa na última sexta-feira (8), Abilio afirmou que forneceu os nomes dos envolvidos para os responsáveis pela investigação, mas que o processo deve correr em sigilo até que haja comprovação dos fatos.
“Eu já dei os nomes à polícia. Para as pessoas que vão fazer a investigação desse processo, eu já dei os nomes. Provavelmente vai correr em sigilo, até que haja a comprovação dos fatos”, disse Abilio.
Abilio indicou que recebeu informações de que cerca de dois ou três vereadores podem ter aceitado propostas da facção, mas destacou que ainda não possui certeza para afirmar com precisão quem aceitou ou não. Embora ele não tenha divulgado os nomes, mencionou que alguns dos vereadores supostamente ligados à facção já haviam sido mencionados nas operações Ragnatela e Pubblicare, deflagradas pela Polícia Federal em junho e setembro. Ambas operações investigam redes de corrupção e envolvimento de organizações criminosas com agentes públicos.
Em sua declaração, Abilio também alegou que alguns vereadores receberam propostas de R$ 200 mil para votar na composição da Mesa Diretora, conforme orientações da facção. No entanto, ele não citou nomes específicos dos vereadores envolvidos.
Abilio também afirmou que não teme por nenhum tipo de represália diante às acusações feitas.
“Expor essa situação até me protege fisicamente de toda essa situação, porque quando você tem uma informação que você tá guardando... [...] Já não estou mais guardando, a informação tá pública, isso já me projete, não tem risco da pessoa querer fazer alguma coisa contra o Abilio, porque se o Abilio contar... [...] O que eu precisava já contei”, pontuou o prefeito eleito na Capital.