ALEKS KLOSOK E AMANDA DAVIES
DA CNN
A menos de um mês para o início da temporada 2025 da Fórmula 1, Lewis Hamilton afirmou à CNN que sua ida para a Ferrari é “o desafio que eu realmente precisava” e que “o objetivo número um é vencer”.
Sete vezes campeão mundial, o piloto britânico surpreendeu o mundo da Fórmula 1 ao anunciar, no ano passado, sua transferência para a escuderia italiana após 12 anos na Mercedes. O impacto da mudança, contudo, surpreendeu até o próprio Hamilton.
“Quando tomei a decisão, sabia que seria grande. Mas sabia o quão grande seria? Como medir isso?”, disse Hamilton à CNN, com um sorriso. “Foram os meses mais empolgantes que eu me lembro de ter vivido. Cada dia é algo completamente novo, e esse desafio era exatamente o que eu precisava. Sei que estou onde deveria estar neste momento”.
Chegada emblemática
A transferência de Hamilton para a Ferrari é apenas sua segunda troca de equipe desde que estreou na Fórmula 1, em 2007. Sua chegada a Maranello, sede da escuderia, causou alvoroço entre os ferraristas e os fãs da categoria.
No primeiro dia oficial como piloto da equipe, o britânico, de 40 anos, posou para fotos usando um terno preto ao lado de uma Ferrari F40, com o icônico casarão que pertenceu ao fundador Enzo Ferrari ao fundo. A imagem, registrada na praça que leva o nome de Michael Schumacher — lenda com quem divide o recorde de sete títulos — tornou-se a publicação mais curtida da história da Fórmula 1 no Instagram.
“Eu sabia exatamente o que queria vestir e escolhi o F40 porque é um carro icônico, um sonho”, contou. “Estar em frente àquele prédio, onde tantos pilotos fizeram história, sabia que seria uma imagem que atravessaria gerações”.
Administração de expectativas
A parceria entre um dos pilotos mais vitoriosos da história e a escuderia mais tradicional da Fórmula 1 despertou expectativas sobre a conquista do oitavo título mundial, o que faria de Hamilton o maior campeão da categoria.
Seu último título foi conquistado em 2020, mas ele encerrou sua passagem pela Mercedes com duas vitórias em 2024, após dois anos sem triunfos. No entanto, a disputa em 2025 promete ser acirrada, com Max Verstappen, da Red Bull, em busca do quinto campeonato consecutivo e Lando Norris, da McLaren, despontando como um forte rival.
Questionado se já se imagina vencendo com o macacão vermelho da Ferrari, Hamilton ponderou. “Honestamente, não. É uma curva de aprendizado muito íngreme, uma cultura completamente nova. O carro é diferente, o motor, os sistemas de controle, a terminologia dos ajustes. Tudo é uma tela em branco e estou tentando adicionar minhas cores à paleta que já existe nesta equipe”.
Paixão e fome por títulos
A Ferrari não conquista um título de pilotos desde 2007, com Kimi Raikkonen, e não leva o campeonato de construtores desde 2008. Em 2024, Charles Leclerc terminou em terceiro no Mundial, mas a equipe disputou até o fim o vice-campeonato com a McLaren, ficando apenas 14 pontos atrás do time britânico.
Hamilton destacou a paixão que move a Ferrari. “Sabia que havia paixão na equipe, mas é diferente quando você está dentro. Sempre vi os pilotos da Ferrari vivendo isso, mas agora, vestindo o macacão vermelho e sentindo na pele, é impressionante. Nunca vi nada igual”, afirmou. “Esse time tem uma base de fãs fiel, que os apoia em qualquer lugar e sob qualquer circunstância. Quando todos se unem, isso tem um poder imensurável”.
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Foco total na pista
Hamilton, o primeiro e único campeão negro da Fórmula 1, também se tornou uma voz ativa na luta contra a desigualdade e pela diversidade no automobilismo através da fundação Mission 44. Fora das pistas, ele também se destaca no mundo da moda, da música e da cultura.
Contudo, o britânico garante que agora o foco é total na busca por vitórias com a Ferrari. Ele já testou o SF-25, carro para a temporada 2025, na pista particular da fabricante italiana. Os testes de pré-temporada começam em 26 de fevereiro, no Bahrein, e a primeira corrida acontece em 16 de março, na Austrália.
