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Esportes Segunda-feira, 08 de Julho de 2024, 09:41 - A | A

08 de Julho de 2024, 09h:41 A- A+

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Programa Atleta de Alto Rendimento apoia 548 esportistas militares

Criada em 2008, a iniciativa é coordenada pela Defesa e executada pelas Forças Armadas

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Não basta apenas querer resultados, é preciso investir nos atletas brasileiros, muito além do aporte financeiro. Quando se trata de alto rendimento, ter apoio de uma equipe multidisciplinar e estrutura adequada para treinos é fundamental. E é exatamente com esse pensamento que o Programa Atleta de Alto Rendimento (Paar) apoia 548 esportistas militares. Criada em 2008, a iniciativa é coordenada pela Defesa e executada pelas Forças Armadas, que, juntas, contribuem para que eles possam alcançar a mais alta performance.

Para isso, as Comissões de Desportos da Marinha (CDM), do Exército (CDE) e da Aeronáutica (CDA), abrem as portas das organizações militares para que os esportistas do Paar possam ter mais um apoio na trajetória. Cada Comissão é responsável pela questão desportiva da sua Força e os atletas têm à disposição toda infraestrutura necessária para o fortalecimento do alto rendimento. Os atletas quando incorporam ao programa já possuem aparato técnico das confederações e, alguns, de clubes. Assim, as Forças Armadas passam a somar esforços na trajetória esportiva.

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Todas as estruturas principais ficam localizadas na cidade do Rio de Janeiro e contam com equipamentos e instalações de ponta. Na Urca, a CDE, gerenciada pela Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx), dispõe de pista de atletismo; dojô para treinamento de judô e outras modalidades de lutas; ginásios cobertos; campo de futebol; quadras de vôlei de praia, poliesportivas e de tênis; uma moderna academia de musculação; e um centro de esgrima. Atualmente, encontra-se em obra um parque aquático, com piscina olímpica, piscina comum e plataforma de saltos ornamentais, além de salas de aula, vestiários, alojamentos e dependências voltadas para pesquisas sobre desportos aquáticos.

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Em Deodoro, o CCFEx também tem a gestão do Centro Olímpico de Hipismo, além do Centro Militar de Tiro Esportivo (CMTE) - legados olímpicos de 2016 - em parceria com a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE). Toda essa infraestrutura foi fundamental para que a Terceiro Sargento Geovana Meyer conquistasse a sua primeira vaga olímpica aos 22 anos, na França. Ela, que tem contato com o esporte desde os nove anos, ingressou no Paar em 2020. Até então, só competia nas provas de ar comprimido. Com a entrada no Exército e com todo o apoio do programa, ela passou a ter contato com outras modalidades. E assim veio a conquista da vaga para os próximos Jogos Olímpicos, em Paris.

“Eu comecei a me destacar muito, de um jeito que nem eu esperava. Tanto é que a minha vaga veio na prova de três posições. Então, o equipamento que eu tenho hoje é do Exército. Se eu não tivesse entrado no programa, nem estaria nas Olimpíadas agora. A gente sempre tem muita ajuda deles [os militares], que dão todo o suporte que precisamos”, destaca Geovana.  A prova que irá disputar consiste em acertar tiros em um alvo, com o atirador situado em diferentes posições. São 120 disparos no total, sendo 40 em cada configuração: deitado, de joelhos e em pé.

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Na CDA, não é diferente. Localizada na Universidade da Força Aérea (Unifa), no Campo dos Afonsos (RJ), a FAB inaugurou o Centro de Treinamento Olímpico da Aeronáutica em 2016. O complexo conta com piscina e pista de atletismo homologadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), ginásio poliesportivo e zona de arremesso de peso. Também há um alojamento - com capacidade para 142 pessoas - e as instalações do Instituto de Ciências da Atividade Física (Icaf), centro de estudos voltado para o entendimento da performance e do desenvolvimento humano, tanto na área esportiva quanto na militar.

Celeiro de promessas e de grandes conquistas, o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), da CDM, tem instalações que as seleções usam para treinar, como o Centro Nacional de Levantamento de Peso Olímpico. Também possui pista de atletismo, parque aquático com piscina olímpica aquecida - com energia solar - e tanque para saltos ornamentais, além do Ginásio Esportivo “Amazônia Azul”, que conta com dojô, ringue de boxe e mais. À disposição dos atletas, o Cefan possui, ainda, alojamento com leitos e o Centro de Reabilitação Físico-funcional Desportivo, que conta com toda infraestrutura para atividades de fisioterapia e laboratórios de biomecânica e de fisiologia para auxiliar em pesquisas clínicas.

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A Sargento Beatriz Ferreira, bi campeã mundial de boxe e medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, vibra com todo investimento que tem acesso no Cefan. Dos dez atletas que compõem a seleção olímpica de boxe que representará o Brasil na França, nove pertencem ao Paar. Ela afirma que o apoio do programa é indispensável e que já saiu do Japão pensando em Paris, com treino de segunda a domingo.

“A gente sabe que é muito difícil ser um atleta de alto rendimento. No começo, não tem tanto apoio, não tem tanta estrutura, e a gente precisa de recursos para poder investir. Então, o programa é de extrema importância porque você, fazendo parte da equipe olímpica ou não, tem como investir para continuar treinando e se manter entre os melhores. Eu faço parte. Tenho muito orgulho de defender as Forças Armadas. Espero que continue e que possa trazer muito orgulho e muitas medalhas”, comemora Beatriz.

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Os benefícios dos atletas do Paar são inúmeros. Além de disporem das instalações esportivas para treinamento, eles contam com todos os direitos da carreira militar, como salário; décimo-terceiro; férias; assistência médica, odontológica, de fisioterapia, de nutrição e psicológica; entre outros benefícios.

“Com certeza, esse programa ajuda muito os atletas. A gente tem uma estrutura que, realmente, poucos clubes no Brasil têm, tanto que a última seletiva olímpica de natação foi realizada na CDA. Então, a gente pode contar com todo esse apoio. É uma grande ajuda para todo atleta de alto rendimento do país. A gente consegue suprir as nossas necessidades e focar 100% nos nossos treinos”, ressalta a Sargento Viviane Jungblut, classificada para Paris na modalidade Águas Abertas, na prova de 10 quilômetros.

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Os Jogos Olímpicos de Paris são novidade para Viviane. Apesar de já ter participado dos Jogos de Tóquio, há 3 anos, é a primeira vez que ela competirá somente em mar aberto. Jungblut tem origem na natação, onde já disputou provas longas como 800 m e 1500 m. No Japão, ela chegou a representar o Brasil e as Forças Armadas na piscina e no mar. Mas em Paris, será um novo marco: a decisão de focar 100% na modalidade mar aberto. “Um passo de cada vez. O primeiro passo veio com a conquista da vaga, e, com certeza, agora, a gente está treinando muito, trabalhando duro para chegar lá, em Paris, e entregar o meu 100% na água”, pontua.

Paar – Desde 2008, o Programa Atletas de Alto Rendimento é um marco na valorização do esporte no Brasil. Com 548 atletas participando em 35 modalidades (27 olímpicas), o programa promove excelência esportiva e desenvolvimento de talentos. Assim, a iniciativa reforça o compromisso do Ministério da Defesa com a promoção do esporte e com o desenvolvimento de atletas de alto rendimento.

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