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22 de Março de 2024, 13h:48 A- A+

Geral / "PRECISA DE MUITA CHUVA"

Bacia do Rio Paraguai no MT e MS apresenta baixo nível, afirma Ministério de Minas e Energia

De acordo com o boletim do Serviço Geológico do Brasil, divulgado na última quinta-feira (15), os rios que compõem a Bacia do Rio Paraguai continuam apresentando níveis abaixo do esperado para esta época do ano

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

De acordo com o boletim do Serviço Geológico do Brasil (SGB), do Ministério de Minas e Energia, divulgado na última quinta-feira (15), os rios que compõem a Bacia do Rio Paraguai, localizada entre os territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, continuam apresentando níveis abaixo do esperado para esta época do ano. A Bacia do Paraguai tem uma área total de 363.445 quilômetros quadrados (km²) e abrange o Cerrado e o Pantanal.

Importante ressaltar que, conforme indica o monitoramento do SGB, os rios da Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, já vinham apresentando níveis abaixo da média desde fevereiro, que é considerado o período de cheias na região que abrange Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O pesquisador da Embrapa Pantanal, Carlos Roberto Padovani, explica que esse baixo nível do Rio Paraguai está diretamente ligado à diminuição das chuvas na região do planalto da Bacia do Alto Paraguai e no próprio Pantanal.

“Estamos estagnados, porque estamos em uma situação rara de não ter um volume e distribuição de chuvas comuns nessa região. As chuvas que temos são localizadas e aparecem em pancadas rápidas. E é uma bacia muito grande, precisa de muita chuva e ser muito distribuída”, explica Carlos. 

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De acordo com Carlos, a maior parte da Bacia do Alto Paraguai, que inclui o Pantanal, converge em Ladário, tornando-o um local crucial para monitorar e entender a dinâmica da bacia. “Mais de 80% da bacia do Rio Paraguai está acima de Ladário. Ladário converge todos esses rios. Por isso é um bom lugar para medir e entender a dinâmica da bacia. Também temos dados antigos na região, o que ajuda a monitorar”. 

Mato Grosso 

No Mato Grosso, em Cuiabá o rio teve uma redução de 28 centímetros (cm) nos últimos dias, alcançando 1,58 metros (m), em comparação com a média histórica de 3,94m.

Em Cáceres, que recentemente sofreu uma enchente em que centenas de casas foram atingidas, houve um aumento no nível do rio devido às chuvas, com o nível observado nesta quinta atingindo 2,14m. Mesmo assim, a escala não atinge a metade do esperado, que é 4,32m.

No município de Barra do Bugres, o nível do rio diminuiu nos últimos dias e marca 95cm. O nível atual é três vezes menor do que a média histórica para esta data, que costuma ser de 3,69m.

O acúmulo médio em toda bacia é de 33 milímetros (mm) ao longo da última semana. As cotas permanecem abaixo da média em grande parte das estações.

Mato Grosso do Sul

Já no Mato Grosso do Sul, de acordo com o monitoramento realizado pela Marinha do Brasil, o nível na régua no município de Ladário (MS) atingiu apenas 90 centímetros em 7 de março e permanece estagnado há 12 dias, conforme indicam os dados divulgados diariamente pela instituição. 

Na estação de Porto Murtinho (MS), o rio alcançou apenas 1,67 m no dia 8 de fevereiro, muito abaixo da cota mediana de 3,3 m.

Nesta segunda-feira (18), foi registrado um nível ainda mais baixo, marcando 88 centímetros, o que representa uma diminuição de dois centímetros em relação à semana anterior. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, vinculado ao Ministério das Minas e Energia (SGB) esse valor está muito aquém da faixa de normalidade histórica para essa época do ano, que deveria estar em torno de 2,52 metros.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, a provável seca histórica do Rio Paraguai faz parte de um ciclo de estiagem que teve início ainda em 2019, quando os níveis do rio alcançaram 2,41 metros, também em um dia 18 de março, em Ladário.

Já no dia 18 de março de 2020, o Rio Paraguai, na região de Ladário, atingiu apenas 1,66 metro. No mesmo dia e local, no ano passado, o rio registrou 2,12 metros.

“Estamos passando por um período de estiagem desde 2019. Isso tem relação com as questões climáticas em nível continental. Atualmente, estamos enfrentando uma situação semelhante à estiagem histórica da década de 60", explica Carlos. No dia 18 de março de 1964, o nível do Rio Paraguai chegou a registrar 1,20 metro.

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