DA REDAÇÃO
O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último domingo (10), teve a participação, segundo dados preliminares, de 2,98 milhões de alunos em todo o País. O número representa 69,4% do total de 4,3 milhões de inscritos e supera o percentual de 2023, quando 68% do total de inscritos compareceram ao segundo dia do Enem. No primeiro dia de provas, em 3 de novembro, 3,15 milhões (73,4% do total, contra 71,9% de 2023).
Os gabaritos e os Cadernos de Questões oficiais do Enem 2024 serão disponibilizados na próxima semana. A divulgação, que seria no dia 20 de novembro, será antecipada.
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Ao fazer um balanço do Enem 2024, o Ministério da Educação (MEC), por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apresentou novidades para o Exame Nacional do Ensino Médio. A Pasta recomendou a realização de estudos para avaliar a volta da certificação da conclusão do ensino médio para estudantes maiores de 18 anos, por meio do Enem, já em 2025.
“A ideia é manter o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), mas permitir que o jovem também tenha a possibilidade de usar o Enem para o certificar. Isso dá mais abrangência e permite que ele faça a prova e já tenha acesso à educação superior”, disse Camilo Santana-Ministro da Educação.
O MEC e o Inep também avaliarão a convergência entre o Enem e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), para avaliação do ensino médio. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo presidente do Inep, Manuel Palacios, durante coletiva realizada neste domingo (10).
“Muitas vezes, o aluno do terceiro ano prioriza a prova do Enem, em detrimento à do Saeb”, ressaltou Camilo Santana. Segundo o ministro, a pasta estuda a possiblidade de o exame já servir como a prova do Saeb para este aluno. “Vamos abrir um pouco mais essa discussão com as redes, mas é um passo que nós queremos dar para ter mais eficiência já em 2025”, adiantou Santana.
O ministro também se pronunciou sobre a obtenção do certificado do ensino médio por meio do Enem. “A ideia é manter o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), mas permitir que o jovem também tenha a possibilidade de usar o Enem para o certificar. Isso dá mais abrangência e permite que ele faça a prova e já tenha acesso à educação superior”, explicou. O Encceja foi realizado pela primeira vez em 2002 para aferir competências, habilidades e saberes de jovens e adultos que não concluíram o Ensino Fundamental ou Ensino Médio na idade adequada.
Para Manuel Palacios, a demanda traz a possibilidade de discutir o fortalecimento do Enem como um exame que, além de proporcionar o acesso à educação superior, seja um instrumento de certificação do ensino médio e de avaliação das redes de educação básica. “Vamos nos dedicar a este estudo para desenhar essa proposta e discutir com todo o país, porque trata-se da colocação do Enem numa posição que, de fato, o consagra como grande avaliador de desempenhos”, afirmou o presidente do Inep.
REDE PÚBLICA – O Enem 2024 teve maciça participação de concluintes do ensino médio na rede pública, com 94% de participação, o que significa 1,66 milhão de inscritos. Em 2023, esse percentual foi de 58%, o equivalente a 1,18 milhão de inscritos. Das 27 Unidades da Federação, 14 tiveram 100% de concluintes do ensino médio na rede pública inscritos no Enem 2024.
ESTADOS – Sergipe foi a Unidade da Federação com maior percentual de alunos presentes no primeiro dia de provas. O estado nordestino teve 78,9% dos 69.376 inscritos em 2024, o equivalente a 54.756 alunos presentes no dia 3 de novembro. No segundo dia de provas, o destaque nacional foi o Ceará, que apresentou 75,7% de participação entre os 250.388. Com isso, 189.592 alunos no Ceará fizeram a prova no último domingo.
CRESCIMENTO – A aplicação do exame em todo o país foi finalizada sem ocorrências graves. Um dos destaques de 2024 foi o aumento do número de inscrições em relação à última edição e o crescimento da proporção de concluintes do ensino médio da rede pública entre os inscritos: 94%, contra 58% do ano anterior. A edição também teve diminuição na taxa de abstenção nos dois dias de aplicação.
SEGURANÇA E ALOCAÇÃO – Em 2024, o Enem já teve novidades, como o aprimoramento nos protocolos de segurança e na alocação dos participantes nas salas de prova: 90% dos inscritos foram alocados a até 10 km das suas residências.
PE-DE-MEIA – Para Camilo Santana, a criação do Pé-de-Meia, para combate à evasão na educação básica, está ligada à retomada de crescimento do Enem. Os beneficiários que concluem o ensino médio e participam dos dois dias de prova recebem parcela extra de R$ 200. Até o fim deste mês, o Inep fornecerá uma lista dos estudantes que receberão a parcela. Os resultados finais do exame serão divulgados em 13 de janeiro de 2025.
APLICAÇÃO – No total, as provas foram aplicadas em 1.753 municípios, distribuídos pelas 27 Unidades da Federação. Foram 10.766 locais de prova e 11.635 coordenações, nas 149.724 salas de aplicação. Ao todo, 1.925 participantes foram eliminados por portar equipamento eletrônico, por ausentar-se antes do horário permitido, ou por não atender orientações dos fiscais, entre outros motivos. Outras 1.037 pessoas foram afetadas por problemas como emergências médicas, interrupções temporárias de energia elétrica ou abastecimento de água.
REAPLICAÇÃO – O prazo para solicitar a reaplicação, por meio da Página do Participante , será de 11 a 15 de novembro. As pessoas que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas, como prevê o edital, podem pedir para fazer as provas nos dias 10 e 11 de dezembro. Resultados finais serão divulgados em 13 de janeiro de 2025.
ENEM – O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o Enem se tornou a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni).
Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados individuais do Enem também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep para aceitar as notas do exame. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.