CARLOS RYDLEWSKI
DO METRÓPOLES
O dólar fechou em queda de 0,81%, a R$ 6,07, nesta sexta-feira (20), pelo segundo dia seguido. Na véspera, a moeda americana já havia recuado 2,32%, R$ 6,12, depois de um dia em que a cotação embarcou numa montanha-russa, chegando a R$ 6,30.
A baixa foi resultado, principalmente, de novos leilões promovidos pelo Banco Central (BC). Ao longo do pregão, o BC interveio duas vezes, injetando US$ 5 bilhões no mercado. Ao longo do dia, a cotação mínima da moeda norte-americana foi de R$ 6,04.
Os agentes econômicos também reagiram de forma positiva ao vídeo postado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).
Lula elogiou Galípolo e falou da importância do combate à inflação. O presidente também negou que interferirá no BC. Galípolo assumirá interinamente a presidência do Banco Central neste sábado (21/12) e, oficialmente, em 1º de janeiro.
Leilões do BC
No caso dos leilões do BC, o primeiro deles ocorreu logo na abertura dos negócios, pouco depois das 9 horas, com a oferta de US$ 3 bilhões no mercado à vista. Depois disso, houve uma segunda intervenção de US$ 2 bilhões, com compromisso de recompra. O Banco Central cancelou um terceiro leilão que estava previsto para esta sexta-feira (20) de US$ 2 bilhões. A instituição informou que houve um problema técnico que impediu a oferta da quantia ao mercado.
Outro fator que também contribuiu para a queda da moeda foi a aprovação do pacote de gastos no Congresso Nacional. Agora, o texto segue para sanção do presidente Lula.
Inflação nos EUA
Além disso, houve uma perspectiva de melhora no cenário exterior, embora bastante limitada. Isso porque o índice de preços (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,1% em novembro, segundo dado divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta sexta-feira. A expectativa era de um avanço de 0,2%.
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Esse é o indicador de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Com o número vindo um pouco abaixo do esperado, dá-se um alívio na perspectiva dos juros nos EUA, o que retira a pressão de alta sobre o dólar.
Na quarta-feira (18), o Fed anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. Agora, ela está fixada no intervalo entre 4,25% a 4,5%.
Bolsa de Valores
Por causa desses fatores, a Bolsa brasileira (B3) também fechou com resultado positivo nesta sexta-feira. O Ibovespa, o principal índice da B3, registrou elevação de 0,75%, aos 122.102 pontos.