Cuiabá, 25 de Outubro de 2024
DÓLAR: R$ 5,71
FTN Brasil | Jornal de Verdade

Geral Sexta-feira, 25 de Outubro de 2024, 16:35 - A | A

25 de Outubro de 2024, 16h:35 A- A+

Geral / INCÊNDIOS FLORESTAIS NO MT

Foco de calor é dez vezes maior em áreas não produtivas do que em áreas regularizadas e produtivas

Levantamento feito pelo Inpe foi apresentado pelo Corpo de Bombeiros Militar em reunião entre FPA-MT e Fórum Agro MT

DA REDAÇÃO

O Comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, Coronel Flávio Gledson Vieira Bezerra, apresentou a lideranças do setor produtivo de Mato Grosso dados sobre os incêndios florestais no estado em 2024. Desconstruindo a narrativa de que o produtor rural tem grande participação nos incêndios, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que áreas não produtivas ou propriedades irregulares tiveram até 10 vezes mais focos de calor em 2024 do que em áreas produtivas regularizadas.

Os dados que foram adaptados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso com base no Geoportal da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), revelam que em áreas produtivas regularizadas, com proporção territorial de 53,6% de todo o território monitorado, registrou 0,9 foco de calor por 100 km². Enquanto em áreas de Projeto de Assentamento, com proporção territorial de 0,3% houve 7,47 focos de calor por 100 km², em áreas não produtivas ou propriedades irregulares, que representa 23,4% do território, esse número salta para 10,6 focos de calor por 100 km².

A situação também é alarmante nas Unidades de Conservação, que representam 6% do território estadual e registrou 6,6 focos de calor por 100 km², nas Terras Indígenas que ocupam 16,6% do território do estado registrou 6,1 focos de calor por 100 km². Em assentamentos com apenas 0,3% do território estadual registrou 7,4 focos de calor por 100 km².

“O produtor é o que mais sofre com os incêndios e é também quem mais nos ajuda nessa problemática. Os produtores são grandes parceiros do Governo do Estado nessa questão, eles nos cedem recursos para o enfrentamento lá no campo para minimizar os danos causados por esses incêndios, esses dados comprovam que as áreas mais protegidas são aquelas que tem gente cuidado, com o produtor protegendo sua propriedade”, explicou o comandante ao reforçar que é de interesse do Governo do Estado e do Corpo de Bombeiros reforçar a parceria com o setor produtivo.

Gledson ressalta que a narrativa de que o produtor rural é um dos maiores agressores ao meio ambiente cai por terra com esse levantamento. “Para nós isso já era óbvio. Nós que estamos na ponta sabemos o quanto eles trabalham em defesa de suas terras, não tem lógica colocar fogo na própria casa, de onde você tira o sustento de sua família”.

O presidente do Fórum Agro MT, Itamar Canossa destacou a evolução na estratégia de combate aos incêndios por parte dos produtores. “Ao longo dos anos você consegue enxergar a preocupação dos produtores com relação aos incêndios, investimos cada vez mais na prevenção com equipamentos e recursos para combater os focos logo no início, o planejamento e a estratégia para isso também está presente nas propriedades. Se não houvesse essa preocupação e essa parceria com o poder público, a situação poderia ter sido muito pior este ano”, afirmou.

Para o deputado estadual e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), Carlos Avallone, que acompanha de perto as questões de incêndios principalmente na região do Pantanal desde 2020, a evolução também passa pela mudança na legislação e no investimento em novos equipamentos de combate aos incêndios.

“Ocupar o Pantanal com a pecuária extensiva, como sempre foi, pode ajudar a minimizar os problemas naquela região, para isso modificamos a legislação para permitir isso, o "boi bombeiro" é também uma forma de prevenção. O que precisa ficar claro para a população é que o produtor rural é o mais prejudicado com esses incêndios, uma terra demora até 10 anos para se recuperar de um grande incêndio, ele é o mais interessado em proteger essa área”.

Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo linkFTN BRASIL

O deputado estadual Dilmar Dal Bosco, coordenador geral da FPA-MT, destacou a importância de manter um diálogo com o os órgãos competentes e saber como está sendo feito a prevenção e combate aos incêndios no estado.

“Precisamos ajustar o que for necessário, mas sem prejudicar o setor que movimenta nossa economia, o governo do estado, em parceria com a ALMT e a Comissão de Meio Ambiente, está trabalhando muito, visitando alguns lugares, a exemplo do nosso Pantanal, que contou com a visita do deputado Carlos Avallone e Wilson Santos. Não diferente de outras regiões, estamos percebendo que, alguns desses incêndios são criminosos, as autoridades já perceberam isso e o Estado está investindo muito mais em tecnologia, aproximando muito mais de estar identificando as pessoas autoras dessas queimadas”, afirmou Dal Bosco.

Comente esta notícia

Esse est et proident pariatur exercitation