PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
As ações do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), no âmbito da Operação Protetor das Fronteiras e Divisas, têm se destacado no combate ao tráfico de drogas no Mato Grosso, fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Durante este ano de 2024, foram apreendidas 18,4 toneladas de entorpecentes, com destaque para pasta base e cloridrato de cocaína como os principais tipos de drogas interceptadas.
O Gefron, órgão vinculado ao Governo do Estado de Mato Grosso, atua de forma estratégica em áreas de fronteira, empregando operações de inteligência e patrulhamento ostensivo. O foco é combater atividades ilícitas que incluem, além do tráfico de drogas, contrabando, roubo de veículos e outros crimes transfronteiriços.
Operação Protetor das Fronteiras e Divisas
As apreensões realizadas pelo Gefron em 2024 evidenciam um avanço significativo no combate ao tráfico de drogas e outros crimes transfronteiriços. Entre janeiro e 25 de novembro, as ações — tanto autônomas quanto integradas com forças estaduais e federais — resultaram na apreensão de 18,4 toneladas de drogas, superando as 13,8 toneladas apreendidas em 2023.
No mesmo período, o Gefron registrou 286 ocorrências de diferentes naturezas, encaminhou 321 brasileiros e 26 bolivianos às delegacias e cumpriu 44 mandados de prisão emitidos pela Justiça.
Além disso, outros materiais e valores foram confiscados, incluindo:
- R$ 16,3 mil em moeda nacional,
- 43 metros cúbicos de madeira,
- 11 quilos de produtos oriundos de contrabando ou descaminho.
Já no combate aos crimes envolvendo veículos e aeronaves, o Gefron recuperou 256 veículos e apreendeu 10 aeronaves. Durante as operações, também foram apreendidas 65 armas e 1.032 munições. Somando as toneladas de droga e todos os itens apreendidos, o prejuízo estimado ao crime organizado é de R$ 428 milhões.
Reprodução: Sesp-MT
Importante ressaltar que a atuação do Gefron contribui diretamente para a redução de crimes que impactam a economia e a sociedade, além de demonstrar uma crescente eficiência em relação aos resultados obtidos em anos anteriores.
O tenente-coronel Manoel Bugalho, coordenador do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), ressalta a importância estratégica do Mato Grosso no combate ao tráfico de drogas. O estado é uma das principais rotas de passagem de entorpecentes provenientes de países da América do Sul, devido à sua localização geográfica e à extensa fronteira de mais de 900 quilômetros (incluindo trechos de fronteira seca e molhada) com a Bolívia.
“O tráfico de drogas é uma modalidade logística em que o traficante tenta transportar o entorpecente de uma área produtora para uma área consumidora. Na América do Sul, os principais países produtores são Colômbia, Peru e Bolívia. A Bolívia, além de produtora, também atua como rota de passagem. Essa droga entra por Mato Grosso, onde os traficantes utilizam diversos tipos de logística, como transporte aéreo, depois rodoviário para ser encaminhada para os destinos no Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil”, explica.
Segundo Bugalho, as operações identificam diversas modalidades de tráfico, como por embarcações, aeronaves, veículos e via terrestre por pessoas conhecidas como “mulas”.
“Nessa tentativa de cruzamento de fronteiras, os traficantes utilizam pessoas, conhecidas como mulas, além de rotas rodoviárias, com o uso de caminhões e carros. O Gefron possui expertise e atuação em operações integradas com outras agências para fazer o enfrentamento, a contenção e apreensão de materiais ilícitos em todas as modalidades”,destaca.
O coordenador também ressalta os três pilares para os bons resultados da Instituição.
“Neste ano, apreendemos 10 aeronaves envolvidas no tráfico, tanto em operações realizadas no estado quanto em outros estados, em parceria com diversas instituições. Também interceptamos caminhões, caminhões frigoríficos, caminhonetes, motocicletas e prendemos várias pessoas, incluindo as mulas que participavam do transporte de entorpecentes. O Gefron conduz esse enfrentamento com base em três pilares fundamentais: integração de forças, investimento do Estado e a dedicação dos operadores. O aumento do sucesso nas apreensões deve-se justamente a esses três fatores”, finaliza o tenente-coronel Manoel Bugalho.