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Polícia Quinta-feira, 22 de Agosto de 2024, 08:00 - A | A

22 de Agosto de 2024, 08h:00 A- A+

Polícia / EM TAPURAH

Líder do CV no Mato Grosso recebe pena de 32 anos por morte de faccionado

O líder da facção ordenou a morte de Billy, que foi decretada pelo tribunal do crime após Billy se envolver com a ex-mulher de um dos líderes da organização criminosa em Juara (MT)

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

O Tribunal do Júri da Comarca de Tapurah no Mato Grosso condenou R.J.J.S., conhecido como "Sicredi" ou "Red", a 32 anos, um mês e 25 dias de reclusão pelo homicídio qualificado de Billy Mateus Carvalho de Faria. "Red", líder da facção Comando Vermelho no município e ordenou a morte de Billy, que foi decretada pelo tribunal do crime da facção após Billy se envolver com a ex-mulher de um dos líderes da organização criminosa em Juara (MT).

O Conselho de Sentença aceitou a argumentação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso de que o crime foi motivado por um motivo torpe e cometido com recurso que dificultou a defesa da vítima. Robson deverá cumprir sua pena em regime fechado, sem a possibilidade de recorrer em liberdade.

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A denúncia formulada pela Promotoria de Justiça de Tapurah revela que Robson Júnior Jardim dos Santos, líder da facção Comando Vermelho no município, foi o responsável por decretar a sentença de morte de Billy Mateus Carvalho de Faria. A decisão foi tomada após Billy violar uma das regras impostas pela facção, segundo a qual não é permitido que a mulher de um faccionado se envolva com outro membro da mesma organização criminosa.

O assassinato de Billy foi resultado de uma armadilha elaborada pelos membros da facção em Tapurah, cumprindo a ordem dada pelo gerente-geral do Comando Vermelho em Juara. O crime reforça o controle rígido que a organização exerce sobre seus membros e a brutalidade com que impõe suas normas internas.

O crime ocorreu no dia 25 de maio de 2022. Por volta das 20h50, o corpo de Billy foi encontrado caído, com marcas de disparos de arma de fogo, na rodovia estadual MT-338 (que liga o município de Tapurah até a rodovia BR-163), nas proximidades da boate Casa Branca. A vítima levou três tiros no rosto e um no tórax.

Investigações realizadas pela Polícia Civil levantaram que no dia do seu assassinato, Billy havia mantido conversas com Robson Júnior, apontado como gerente-geral da organização criminosa na região de Tapurah e Itanhangá. Robson Júnior Jardim dos Santos compartilhou com a vítima um contato salvo no seu telefone com o nome de “Disciplina Geral”.  Então, Billy marcou um encontro com o “Disciplina Geral” para o que seria, em tese, repasse de drogas.

“Exsurge dos autos que a pessoa intitulada como “Disciplina Geral” marcou encontro com Billy com intuito de executá-lo, o qual usou o pretexto de que o denunciado Robson Júnior Jardim dos Santos havia autorizado a venda de drogas para vítima e, no local dos fatos, ao encontrar com Billy os executores atiraram diversas vezes contra ele”, diz um trecho da denúncia.

O inquérito que investigou o caso revelou que, no dia do crime, Billy Mateus Carvalho de Faria estava acompanhado por um colega também faccionado, que testemunhou o homicídio. Esse colega levou Billy de moto até os fundos de uma boate, onde pretendiam buscar uma certa quantidade de droga para venda. No entanto, ao chegarem ao local, foi informado que a entrega da droga ocorreria às margens da rodovia. Nesse momento, dois homens, vestindo moletom escuro e usando capacetes, abordaram Billy e dispararam contra ele.

A denúncia ainda descreve que Billy e sua ex-companheira fugiram para Tapurah após deixarem Juara às pressas, devido às ameaças de morte feitas pelo gerente geral da organização criminosa em Juara. Essas ameaças estavam relacionadas ao envolvimento de Billy com a ex-mulher de um dos líderes da facção, o que violou as regras internas da organização e culminou na sentença de morte decretada por Robson Júnior Jardim dos Santos.

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