PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), através da Promotoria de Justiça da Comarca de Porto Esperidião, denunciou sete pessoas envolvidas no sequestro e morte das irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto, além de outros crimes cometidos contra Roebster Alves Porto, Higor Felipe Bazan e Victor Allan Sanches. Os acusados enfrentam uma série de graves acusações, incluindo associação criminosa qualificada, tortura, extorsão mediante sequestro com resultado morte, e roubo.
De acordo com a denúncia, Rosivaldo Silva Nascimento, Maikon Douglas Gonçalves Roda, Ana Claudia Silva, Lucas dos Santos Justiniano, Adrian Ray Rico Lemes da Silva e Rosicléia da Silva serão julgados por organização criminosa, tortura, sequestro com resultado morte (no caso das irmãs Rayane e Rithiele), além de lesão corporal grave contra Roebster Alves Porto. Já Matheus da Silva Campos foi denunciado por organização criminosa e tortura.
Segundo o MPMT, o crime teve como motivação a suspeita, por parte dos acusados, de que as vítimas estariam fazendo um gesto em uma rede social que, na interpretação deles, representava uma facção criminosa rival. Os acusados, ligados a outra facção, tomaram a publicação como provocação, desencadeando uma série de atos violentos que resultaram no sequestro, tortura e mortes das vítimas.
“Por esse motivo, os denunciados se associaram para forçar as vítimas a comparecerem ao chamado “tribunal do crime” e lhes aplicarem um “salve”. Essas expressões referem-se à prática de submeter pessoas a uma espécie de julgamento interno da facção criminosa, onde se avalia se as vítimas agiram em desacordo com os interesses da organização”, diz um trecho da denúncia.
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Os crimes ocorreram no dia 14 de setembro de 2023, quando um grupo criminoso sequestrou as irmãs Rayane e Rithiele Alves Porto, além de Roebster Alves Porto, Higor Felipe Bazan e Victor Allan Sanches, após eles deixarem um festival de pesca. Segundo o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), o plano envolveu pelo menos oito adolescentes, entre 14 e 17 anos, que também foram acusados pela prática de atos infracionais. A ação criminosa foi coordenada à distância por meio de uma chamada de vídeo por um indivíduo que exercia a liderança do grupo.
As vítimas foram levadas para um cativeiro, onde Higor e Victor conseguiram escapar sem ferimentos, mas as irmãs e Roebster foram submetidos a três horas de tortura, sofrendo agressões físicas e ameaças. Apenas Roebster sobreviveu aos ferimentos, enquanto Rayane e Rithiele morreram em decorrência da violência sofrida.
O grupo criminoso não encontrou qualquer evidência de que as vítimas estivessem envolvidas com facções rivais, conforme inicialmente acreditavam. Mesmo assim, decidiram exigir resgates, forçando as vítimas a contatar familiares e pedir dinheiro. Eles conseguiram arrecadar R$ 11 mil, mas as vítimas não foram liberadas.
Os sete acusados principais, que pertencem a uma facção criminosa, estão detidos nas cadeias públicas de Araputanga, Cáceres e Cuiabá. A denúncia foi formalmente apresentada à Justiça no dia 1º de outubro de 2023.