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Polícia Quinta-feira, 26 de Setembro de 2024, 08:40 - A | A

26 de Setembro de 2024, 08h:40 A- A+

Polícia / OPERAÇÃO CAIXA PRETA

PC cumpre buscas contra investigados por lavagem de dinheiro em vendas fraudulentas de veículos

Investigação da GCC começou após denúncia da venda de veículo de luxo que a vítima nunca recebeu em Nova Mutum

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Na manhã desta quinta-feira (26), a Polícia Civil de Mato Grosso, através da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrou a Operação Caixa Preta que teve como alvo um grupo envolvido em crimes de estelionato, falsidade documental, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Durante a operação, sete mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Comarca de Nova Mutum e estão sendo cumpridos na cidade.

Um dos principais alvos da operação é uma garagem de veículos pertencente aos investigados, além de outras empresas que serviam como fachada para movimentações financeiras de grande porte. A investigação, que começou no ano passado, descobriu que uma das empresas, uma loja de acessórios femininos aparentemente de pequeno porte, movimentou aproximadamente R$ 6 milhões em apenas dois meses.

Essa operação reflete os esforços das autoridades em desmantelar esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro e fraudes que se utilizam de negócios de fachada para ocultar grandes quantias financeiras.

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Estelionato 

Operação Caixa Preta revelou detalhes impactantes sobre o esquema criminoso envolvendo fraudes em transações de veículos. Uma das vítimas relatou à Polícia Civil que, em 2022, adquiriu um Chevrolet Camaro de forma financiada, mas nunca recebeu o veículo. A vítima pagou duas parcelas, totalizando R$ 18 mil, e ao perceber que o carro não seria entregue, decidiu interromper os pagamentos. Para complicar ainda mais, o mesmo veículo foi posteriormente visto à venda em outra garagem.

Ao tentar resolver a situação, a vítima era informada pela empresa que o atraso na entrega se devia a problemas na regularização da documentação do carro. Como resultado, a vítima acabou acumulando uma dívida de cerca de meio milhão de reais junto à financeira responsável pelo financiamento.

A investigação da GCCO descobriu que o filho da vítima estava envolvido no esquema e agiu em conluio com os donos da garagem, o que o tornou um dos alvos da operação.

Outro ponto apurado foi um segundo caso envolvendo um veículo do mesmo modelo, que foi alienado sem o consentimento do proprietário original, cujo nome ainda constava no licenciamento e nos registros do Detran. Esse segundo Camaro foi financiado em nome de um dos investigados, que alegava ter uma renda de R$ 6 mil, o que não condizia com a capacidade financeira necessária para adquirir o carro. Isso sugere que o investigado atuava como laranja para os líderes do esquema, facilitando a obtenção de recursos financeiros ilícitos.

Essa operação expõe uma complexa rede de fraudes e falsificações envolvendo veículos de luxo e golpes financeiros, com diversos envolvidos atuando para enganar vítimas e lavar dinheiro através de negócios fraudulentos.

Lavagem de dinheiro 

A operação também revelou o crescimento vertiginoso do negócio dos sócios-proprietários da garagem de veículos investigada. Inicialmente, a dupla começou com uma pequena garagem em Nova Mutum, voltada à venda de carros populares, com um capital social modesto de R$ 20 mil. No entanto, em pouco mais de um ano, eles abriram uma segunda empresa, desta vez ampliando suas ofertas para veículos de médio padrão, incluindo carros de luxo, com um capital social de R$ 200 mil. Essa nova empresa foi registrada em nome das companheiras dos sócios, que também se tornaram alvos da operação.

Apenas seis meses depois da abertura da segunda loja, os sócios inauguraram uma terceira empresa, especializada na venda de veículos de alto padrão e de luxo. A inauguração dessa loja, em junho de 2022, foi marcada por uma grande festa, que contou com shows, incluindo a participação de vocalistas da banda de forró Calcinha Preta. O evento, que começou pela manhã, se estendeu ao longo do dia, reforçando a imagem de sucesso rápido e crescente do empreendimento, enquanto por trás havia indícios de fraudes e lavagem de dinheiro.

Essa trajetória acelerada de expansão dos negócios levantou suspeitas, especialmente pela diferença significativa entre o capital social inicial e o padrão dos veículos comercializados, o que acabou desencadeando a investigação que revelou o envolvimento da dupla e de seus sócios em uma rede criminosa.

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