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Polícia Quinta-feira, 22 de Agosto de 2024, 07:40 - A | A

22 de Agosto de 2024, 07h:40 A- A+

Polícia / "GOLD DIGGER"

PF combate organização criminosa especializada em invasão de dispositivos informáticos e desvio de dinheiro público

Policiais federais cumprem três mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

A Polícia Federal deflagrou na quarta-feira (21) a Operação Gold Digger, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas e no desvio de recursos públicos. O grupo utilizava o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), uma plataforma utilizada por diversos órgãos governamentais para a gestão financeira, como meio para executar os crimes

Durante a operação a Polícia Federal está cumprindo 19 mandados de busca e apreensão, além de três mandados de prisão temporária, em cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.

A investigação teve início após a identificação de desvios de recursos públicos realizados por meio de pagamentos indevidos. As apurações revelaram um esquema de alta complexidade, no qual os criminosos conseguiam acessar indevidamente o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) do Governo Federal, utilizando credenciais falsas de ordenadores de despesas.

Até o momento, foram identificados furtos no montante de aproximadamente R$ 15 milhões, com a detecção de tentativas de desvio que poderiam ultrapassar R$ 50 milhões. A operação destaca a capacidade dos criminosos em manipular sistemas governamentais para fraudes financeiras em grande escala, comprometendo recursos públicos essenciais.

A organização criminosa utilizava técnicas avançadas de invasão cibernética, incluindo campanhas de phishing, por meio do envio de mensagens do tipo SMS com links maliciosos que captavam os dados dos destinatários, e emissão fraudulenta de certificados digitais, para obter acesso a contas e autorizar pagamentos indevidos. Além disso, para poder receber os valores desviados, o grupo criminoso também se utilizava de contas de intermediários, conhecidos como "laranjas”, que eram posteriormente ocultados através de instituições de pagamento e exchanges, empresas que atuam como corretoras de criptoativos.

Diante dos fatos, os investigados poderão responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático, furto qualificado mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome da operação, Gold Digger, faz alusão ao termo em inglês que literalmente significa "escavador de ouro" ou "minerador", refletindo o caráter meticuloso e persistente das violações na extração ilícita de grandes quantias de dinheiro público. Além disso, o termo possui um sentido pejorativo, utilizado para descrever pessoas que se associam a outras com o objetivo de obter vantagens financeiras, o que reflete o modus operandi dos envolvidos, que buscam se aproveitar dos recursos públicos para lucro próprio.

A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a proteção do patrimônio público e o combate a crimes cibernéticos, mantendo-se dedicada à identificação de todos os envolvidos e à recuperação dos valores desviados. As investigações continuarão até a completa desarticulação da organização criminosa e a responsabilização de seus integrantes.

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