PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta sexta-feira (20) a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Sisamnes, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro proveniente da venda de decisões judiciais no Mato Grosso. As investigações identificaram operações imobiliárias suspeitas realizadas pelos envolvidos, com o objetivo de dissimular a origem ilícita dos recursos utilizados na aquisição de imóveis residenciais e veículos. Entre os alvos desta fase estão pessoas ligadas ao desembargador afastado João Ferreira Filho.
A Polícia Federal, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), está cumprindo mandados de busca e apreensão, afastamento das funções públicas de servidores do Poder Judiciário, pr no Mato Grosso. Entre as ações autorizadas pela Justiça estão: mandados de busca e apreensão; afastamento de servidores públicos; proibição de contato; recolhimento de passaportes e bloqueio de bens no valor de R$ 1,8 milhão.
Segundo as investigações, foram detectadas sucessivas operações imobiliárias suspeitas promovidas pelos investigados, com aparente propósito de dissimular a origem ilícita do dinheiro utilizado para financiar a compra de imóveis residenciais e de veículos.
O nome da operação faz referência a um episódio da mitologia persa, durante o reinado de Cambises II da Pérsia, que narra a história do juiz Sisamnes. Ele teria aceitado um suborno para proferir uma sentença injusta.
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Desdobramento das investigações
A segunda fase da Operação Sisamnes é um desdobramento de investigações que começaram após a análise de conversas encontradas no celular do advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano passado, em Cuiabá. Essas mensagens revelaram um esquema de venda de decisões judiciais envolvendo magistrados e intermediários.
Na primeira fase da operação, deflagrada no mês passado, os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho foram alvos de mandados de busca e apreensão e tiveram bens e valores bloqueados, além de seus passaportes recolhidos. Ambos foram afastados de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em agosto e desde então estão sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas.