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Política e Eleições Sexta-feira, 07 de Fevereiro de 2025, 13:40 - A | A

07 de Fevereiro de 2025, 13h:40 A- A+

Política e Eleições / EM CUIABÁ

Vereadora Maysa Leão propõe investigar caso de paciente que morreu de dengue após suposto atendimento em UBS

“Eu estou esperando a documentação da sindicância que está sendo realizada. Com o documento em minhas mãos, eu vou emitir o meu posicionamento à população”, ponderou Maysa

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

A vereadora Maysa Leão (Republicanos) afirmou que aguarda o relatório para se posicionar sobre o caso da paciente que morreu depois de ser supostamente atendida em Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro Tijucal, em Cuiabá. Ela chegou a ser transferida para o Hospital Municipal (HMC), mas não resistiu.

Profissionais que participaram do atendimento relataram que a UBS não possuía equipamentos e insumos necessários para a realização de um atendimento de urgência, caso da paciente que faleceu.

Conforme consta no prontuário da paciente, ela foi atendida em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) no dia 23 de janeiro e liberada em seguida. Um dia depois, familiares da mulher a levaram à UBS do Tijucal. Enquanto aguardava atendimento, a mulher passou mal. Diante da gravidade da situação o médico iniciou os procedimentos, mas o carrinho de parada (estrutura indispensável para atendimentos de urgência) não tinha os materiais necessários. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encaminhou a mulher para o HMC, onde ela morreu.

Médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem descartaram a hipótese levantada pela prefeitura de que as unidades atendem menos de 10 pacientes por dia. “Em um dia comum, atendemos por agendamento pelo menos 20 pessoas, sem contar a demanda espontânea. O que o município alega não é de longe a nossa realidade”, revelou um dos profissionais ouvidos pelos fiscais.

A parlamentar disse que aguarda o resultado de sindicância feita a pedido da prefeitura e do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) para se pronunciar sobre o caso, que poderá culminar na formação de Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI), a depender do que o documento apontar. 

Por sua vez, a parlamentar argumentou que prefere se posicionar apenas quando de fato melhor compreender o que houve. “Eu estou esperando a documentação da sindicância que está sendo realizada. Com o documento em minhas mãos, eu vou emitir o meu posicionamento à população”, ponderou Maysa.

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Após a morte da mulher de 41 anos o CRM chegou a responsabilizar a prefeitura pelo ocorrido.  O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso emitiu uma nota contrária aos pronunciamentos do prefeito Abilio Brunini (PL) quanto aos atendimentos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

No texto, o conselho destaca a diferença entre os pontos de atendimento, a situação de sucateamento da atenção primária e aponta que irá responsabilizar o prefeito em casos de violência contra profissionais da saúde.

Somado a isso, a nota destaca ainda que, nas unidades básicas, os médicos atuam com as mínimas condições, em razão do baixo investimento por parte do município ao longo dos anos. Muitos contam apenas com ‘uma caneta e o caderno de receituário’.

Quando é feito o pedido de um exame, o paciente chega a ter que aguardar por anos pelo procedimento. Além de enfatizar que não há a possibilidade de mensurar, de forma quantitativa, os atendimentos em UPAs e UBSs, visto que: “muitas das consultas feitas em uma UBSs acabam sem registro no sistema por falhas do software utilizado pela Prefeitura de Cuiabá”.

Conforme a Secretaria de Saúde, a mulher teria passado mal e procurado uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foi medicada e teve alta. Dias depois, voltou a ficar doente, momento em que buscou uma UBS, foi examinada e encaminhada para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 24 horas depois. O CRM refutou a sequência dos fatos e culpabilizou a gestão por recomendar que pacientes enfermos busquem por unidades inadequadas.

A parlamentar apontou que já fez o requerimento de informações quanto à integralidade da documentação da sindicância, que irá apontar como tudo ocorreu e a responsabilização ou não da prefeitura. Se os dados apontarem que, de fato, a paciente procurou por uma UBS em virtude da recomendação da gestão, a vereadora acredita que o caso poderá culminar em CPI.

“Se a sindicância demonstrar que houve a morte por falta de insumos dentro da Unidade Básica de Saúde e que essa pessoa não procurou uma UPA porque tinha consciência da orientação da prefeitura de que o local correto era UBS, aí a gente vai precisar sim fazer essa apuração, seja na Comissão de Saúde, ou com a abertura de uma CPI”, atestou.

 

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