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Política e Judiciário Quarta-feira, 26 de Março de 2025, 17:25 - A | A

26 de Março de 2025, 17h:25 A- A+

Política e Judiciário / "PREFEITO MIDIÁTICO"

Abilio prioriza ações punitivas enquanto problemas estruturais, como buracos e falta de manutenção urbana, seguem sem solução

Entre os casos mais comentados está o episódio envolvendo os feirantes do Mercado do Porto

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), em 85 dias de administração, tem sido alvo de críticas intensas por sua postura autoritária, marcada por ameaças e ações que muitos interpretam como sinais de cinismo. Recentes episódios divulgados na mídia mostram uma gestão que recorre à intimidação para impor suas medidas, enquanto questões fundamentais, como a manutenção da infraestrutura urbana, permanecem sem solução.

Entre os casos mais comentados está o episódio envolvendo os feirantes do Mercado do Porto. Em reunião informal realizada no dia 30 de janeiro, o prefeito foi flagrado adotando uma postura debochada e ameaçadora, deixando claro seu descontentamento com a informalidade dos pontos de venda.

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Segundo os feirantes, ele teria exigido que os permissionários obtivessem certificação para comercializar produtos de origem animal e advertido os comerciantes que possuem estruturas adicionais “puxadinhas”, sinalizando a remoção dos mesmos sem esclarecimentos precisos sobre os boxes que seriam afetados. 

Em uma gravação de áudio, divulgada por veículos como o Portal FTN Brasil, Brunini afirmou: "O importante pra gente é que, sempre que nosso pessoal estiver trabalhando aqui, não haja hostilização com o nosso pessoal. Tá bom? E sempre tem o engraçadinho. Sempre tem. Com o engraçadinho, a gente vai ter que reagir. Reagir com a força da fiscalização. Porque se a gente aplicar o rigor da lei aqui, não fica quase ninguém. Você está entendendo? A maioria não tem ocupação, porque está muito tempo aqui, não foi formalizado, não foi organizado. A maioria está aqui há 20 anos, mas sem um documento. A prefeitura nunca deu um documento de 20 anos".

Tais declarações, somadas à pressão por meio das redes sociais — onde, juntamente com os secretários como Juliana Palhares e Reginaldo Teixeira, ameaçaram proprietários de lotes, exigindo a limpeza de terrenos baldios sob pena de intervenção da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb) — têm reforçado a imagem de uma gestão que prioriza a imposição da ordem a qualquer custo.

Enquanto episódios de intimidação ganham destaque, moradores e críticos apontam que problemas estruturais, como os inúmeros buracos que comprometem a mobilidade e a segurança dos bairros, continuam sendo negligenciados pela administração.

Além disso, a "Operação Retomada", que resultou no fechamento de bares próximos à Orla do Porto logo na segunda semana de gestão, também foi alvo de críticas, pois muitos veem essa ação como uma forma de ofuscar as reais demandas da população.

Essa e outras ações da prefeitura geraram diversas críticas e, segundo moradores, essa obsessão por impor a ordem – priorizando o fechamento de bares e boxes de feirantes – vem ofuscando as demandas reais da população.

"Enquanto isso, os buracos continuam e os matos em canteiros nas avenidas também persistem. É um absurdo que a população tenha que, por conta própria, cortar o mato em áreas que deveriam ser cuidadas pela prefeitura. Ele quer cobrar da gente e temos que atender, mas ele também precisa fazer a parte dele e arrumar a bagunça que é a cidade", afirmou uma professora aposentada.

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