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18 de Dezembro de 2024, 17h:15 A- A+

Geral / INTERVENÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA

Bebê de oito meses com doença no crânio passa por cirurgia de urgência

Procedimento foi realizado em São Luís (MA), nesta terça-feira, após o órgão conseguir que Justiça fizesse bloqueio de valores

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

J.M.D., oito meses, passou por uma cirurgia nesta terça-feira (17), em São Luiz (MA), para correção de craniossinostose metópica, doença congênita que fecha precocemente parte do crânio, gera hipertensão craniana, dores intensas de cabeça, problemas visuais, neurológicos e deformação. O procedimento foi realizado dois meses após a Defensoria Pública de Mato Grosso conseguir, na Justiça, que o Estado e município e Vila Bela da Santíssima Trindade garantissem o socorro. 

A mãe de J., a pedagoga desempregada, Adiane Dourado, agora menos tensa, conta que se não fosse a intervenção do órgão, não conseguiria resolver o problema do filho. A cirurgia não é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) e em Mato Grosso, não há hospitais com profissionais credenciados para o procedimento. Na rede privada, o valor da operação, insumos e serviços ficou em R$ 175 mil. 

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“Desde que ele nasceu foi diagnosticado com esse problema, porque o osso do meio da cabeça até o nariz, não fechou e a cabeça e o rosto dele ficaram pontudos. Buscamos ajuda no sistema público, mas informaram que no SUS não tinha neuropediatra, então, fomos para o particular. Meu marido é pedreiro, mas, mesmo com o pouco conhecimento, decidiu procurar ajuda na Defensoria”, relembra. 

Com o auxílio da Defensoria Pública a família teve que voltar para o SUS, para que ficasse registrada oficialmente a negativa do atendimento público, para que alternativas fossem encontradas. “Com muito custo o mesmo médico que nos atendeu no privado, foi disponibilizado no SUS e garantiu o diagnóstico de urgência”, explica Adiane. 

Com as informações, a equipe que atua com a defensora pública Hevillin de Figueiredo protocolou uma ação de obrigação de fazer, com pedido de urgência, em 10 de setembro de 2024, solicitando a cirurgia. “A condição dele requeria cirurgia urgente para evitar todos os riscos graves do problema, que além de gerar dores intensas, deformações, provocaria déficit de aprendizagem​”, relata a defensora. 

O laudo médico que prescreveu a cirurgia para a criança caracterizou o caso como de prioridade número 1, que são os de urgência, com sugestão de atendimento mais rápido possível. Com os dados, a juíza Marília Plaza, do Juizado Especial da Fazenda Pública de Vila Bela da Santíssima Trindade, determinou, no dia 2 de dezembro, o bloqueio dos valores para a realização do procedimento, feito hoje no hospital Natus Lumine.

“Ficamos muito felizes com a cirurgia do J. M. e, ainda mais, porque foi muito rápida. Se considerarmos o atendimento das demandas de saúde que temos, infelizmente essa rapidez é uma exceção. Não deixo de me emocionar sempre que dá certo, pois nos colocamos no lugar da mãe. Agora vamos acompanhar a recuperação dele e acompanhar família”, disse a defensora. 

 

Ainda apreensiva, agora com a recuperação do filho, Adiane agradece o atendimento no órgão e aos profissionais do Hospital em São Luiz, onde a criança ficará em recuperação. 

 

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