ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A soma de esforços entre as Forças Armadas resultou na última sexta-feira (16), na marca de um milhão de litros de água lançados na região pantaneira de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Para tanto, foram realizados cerca de 80 voos de aeronaves que possuem modernos sistemas de abastecimento de água.
Tais métodos focaram em pontos estratégicos dos incêndios, em regiões que - não fosse esse auxílio, não seria possível a atuação dos brigadistas civis. Com a iniciativa, a Defesa visa preservar a biodiversidade da região e proteger as comunidades locais a fim de minimizar os impactos ambientais.
A ação, coordenada pelo Ministério da Defesa, e em atuação por meio do Comando Operacional Conjunto, conta com o emprego de 470 militares, 136 viaturas, 42 embarcações e oito aeronaves. Além disso, a Operação já registrou 130 missões de reconhecimento por meio terrestre, aéreo e, também, fluvial.
Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL
A aeronave KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB) utiliza o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS, do inglês Modular Airborne Fire Fighting System ) para contribuir na contenção das chamas. Tratam-se de tubos que projetam água pela porta traseira esquerda do avião, podendo descarregar até três mil galões - aproximadamente 12 mil litros de água, em áreas de incêndio. Também são usados os helicópteros Pantera (Exército Brasileiro) e Esquilo (Marinha do Brasil) com o método chamado Bambi Bucket - dispositivo em forma de “bolsa” que permite que os operadores dessas aeronaves cheguem mais perto do fogo e despejem, com precisão, até 700 litros de água coletados dos lagos ou rios.
Na última quinta-feira (15) uma anta foi resgatada a cerca de 215 km de Cuiabá. O animal teve as patas queimadas em consequência do fogo, mas foi prontamente atendida pela equipe do Comando Conjunto. Ela foi levada para a base Jaguar e passou por cuidados veterinários.
Base Jaguar
A Base de Apoio Logístico Jaguar, fixada às margens da Rodovia Transpantaneira, foi construída com o objetivo de prestar apoio logístico aos combatentes do fogo. O local possui sala de situação, postos médico e de rádio, cozinha de campanha, depósito, refeitório, estrutura de higiene e alojamento para 100 brigadistas do Corpo de Bombeiros Militar (CBM/MT), ICMBio e Ibama.
Foram instalados os Terminais Transportáveis Telebrás por Satélite (T3Sat), antenas que fornecem acesso à internet. O modem tem conexão via Wi-Fi, que pode ser utilizada em aparelhos celulares e computadores . Também há uma estruturação de logística para posicionar um helicóptero, visando agilizar o deslocamento dos agentes.
Recentemente, os militares passaram a empregar material de engenharia para criar barreiras naturais (aceiros) e impedir o alastramento dos incêndios no norte do estado do Mato Grosso do Sul. O Exército utilizou cinco tratores com pás para produção de linhas de defesa ao longo da mata.
A Operação - Desde o dia 27 de junho deste ano - e em concordância com a Portaria nº 3.179, do MD, militares da Marinha, Exército e Aeronáutica permanecem na região pantaneira a fim de apoiar a logística das equipes de brigadistas presentes nas áreas consideradas de difícil acesso. O documento prevê a atividade das Forças na região por um período de até quatro meses.