ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou na manhã desta sexta-feira (23) a inauguração da fábrica de polipeptídeo sintético da EMS, em Hortolândia (SP). A fábrica trabalha com tecnologia de ponta para produzir no Brasil e comercializar no país e no mundo as moléculas de liraglutida e semaglutida, destinadas ao tratamento de obesidade e diabetes.
Esses medicamentos são os chamados peptídeos, análogos de GLP-1, que age semelhante ao hormônio natural. Isso possibilita a redução de efeitos colaterais para os pacientes, assim como dos custos. A fábrica demandou investimento de R$ 70 milhões. Do total, R$ 48 milhões vieram de financiamento com o BNDES. De acordo com a EMS, a fábrica vai gerar 150 novos empregos e cerca de outros 1 mil de forma indireta.
A estrutura no interior paulista reforça o esforço do Governo Federal no fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), um dos setores estratégicos no processo de reindustrialização do país. O Governo Federal prevê investir R$ 57,4 bilhões no Ceis, entre recursos do poder público e da iniciativa privada, até 2026, com o objetivo de expandir a produção nacional de itens prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros. O Ceis integra uma nova proposta de industrialização do país, focada na inclusão social e na sustentabilidade ambiental.
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Políticas
Na matriz de desafios produtivos e tecnológicos em saúde, o diabetes foi identificado como prioridade, tornando a inovação e o desenvolvimento tecnológico de plataformas e produtos relacionados a essa condição algo relevante para o Ceis. A entrada da EMS no mercado público foi impulsionada pelas políticas e programas do Governo Federal, com destaque para o Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde.
Entre as PDPs firmadas, dez já forneceram ou estão fornecendo medicamentos para o SUS, sendo seis fornecidos em 2024. Esses medicamentos são para tratamentos de câncer, esquizofrenia, imunossupressores usados por transplantados e doenças raras como a esclerose múltipla. Os medicamentos são adquiridos de forma centralizada pelo Ministério da Saúde para o Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) e distribuídos às secretarias de saúde dos estados e do Distrito Federal, sendo oferecidos gratuitamente à população.
A cerimônia de inauguração desta sexta ocorre no complexo industrial da companhia, que será visitado por Lula e sua comitiva antes de lançamento da nova fábrica. Neste complexo já funcionam, entre outras, as fábricas da EMS de medicamentos sólidos, líquidos, semissólidos, de embalagens de sólidos e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Mais produção
No dia 14 de agosto, no Palácio do Planalto, o presidente Lula anunciou novos investimentos de R$ 42,7 bilhões para o Ceis, conectados ao Plano Mais Produção (P+P), coordenado pelo BNDES. Durante o evento, o BNDES anunciou a aprovação de R$ 1,39 bilhão em três operações de financiamento a planos de pesquisa, desenvolvimento e inovação da indústria farmacêutica nacional. Foram aprovados R$ 500 milhões do BNDES Mais Inovação para a EMS, R$ 390 milhões para a Aché e outros R$ 500 milhões para a Eurofarma.
Empresa
A EMS é o maior laboratório farmacêutico no Brasil. Com 60 anos de história, a empresa pertence ao Grupo NC e conta atualmente com 6,7 mil colaboradores, atua nos segmentos de prescrição médica, genéricos, medicamentos de marca, fabricando produtos para praticamente todas as áreas da medicina. A empresa tem unidades produtivas em Jaguariúna (SP), em Brasília (DF) e em Hortolândia (SP), onde funcionam o complexo industrial, incluindo o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento, um dos mais modernos da América Latina, e a unidade robotizada de embalagem de medicamentos sólidos. Conta também com a Novamed, em Manaus (AM), uma das maiores fábricas de medicamentos sólidos do mundo.