JUNIO SILVA, SAMUEL PANCHER
DO METRÓPOLES
Kiev – O governo da Ucrânia cobrou uma visita de Luiz Inácio da Silva (PT) para que o presidente do Brasil possa “ver o que acontece” no país, sentir o que os ucranianos sentem e “ouvir as sirenes”. O pedido foi feito pelo chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky, Andrii Yermak, em conversa com o Metrópoles nesta segunda-feira (9/9).
“Acho que isso mudará totalmente as atitudes porque, mais uma vez, é muito importante a experiência pessoal, ver o que acontece na Ucrânia, o que as pessoas sentem, ouvir as sirenes. Isso é, eu acho, muito importante”, afirmou Yermak.
O comentário do alto funcionário de Kiev é mais uma pressão diplomática contra o governo Lula, que tem mantido uma postura de neutralidade sobre a guerra no Leste Europeu.
A posição diplomática do governo brasileiro, no entanto, é vista com olhares críticos pela Ucrânia.
O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, já chegou a afirmar que a postura de Lula é uma “aliança com um agressor”, se referindo a Rússia.
Lula, por sua vez, tem criticado as recentes negociações de paz sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia, e cobra uma discussão envolvendo os dois lados envolvidos no conflito. O posicionamento do governo brasileiro foi reafirmado em uma nota conjunta entre Brasília e Pequim, assinada em maio deste ano.
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No documento, Brasil e China defenderam uma solução política para a guerra que se estende por mais de dois anos, e a participação da Rússia nas mesas de negociações – o que não tem acontecido nas últimas discussões de paz.
O descontentamento com as atuais fórmulas de negociações fizeram com que Lula decidisse não participar da última cúpula sobre a Ucrânia, realizada em junho deste ano na Suíça.