PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, na última sexta-feira (29), a Operação Hagnos, uma iniciativa nacional coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com foco na prevenção e repressão à violência contra crianças e adolescentes.
A Operação Hagnos, realizada entre 1º e 29 de novembro, teve como foco o cumprimento de mandados de prisão preventiva, flagrantes, e ações de busca e apreensão em todo o país. Em Mato Grosso, as ações foram conduzidas por equipes das Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher, além de Núcleos e Salas de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual em delegacias municipais do interior.
Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL
Dois casos emblemáticos chamaram atenção:
- Cáceres: Um jovem de 19 anos foi preso por crime sexual contra a própria irmã. As investigações revelaram que os abusos começaram quando a vítima tinha 9 anos e continuaram até os 14 anos. A prisão foi efetuada pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher.
- Paranaíta: Um homem de 43 anos foi preso preventivamente pelo estupro de duas crianças, incluindo sua enteada. O caso veio à tona quando a mãe flagrou o marido abusando da enteada e o denunciou em setembro. Embora o suspeito tenha fugido na ocasião, as investigações da Polícia Civil revelaram outro abuso contra uma segunda criança, resultando em sua prisão durante a operação.
Balanço da operação Hagnos
No mês de atuação da Operação Hagnos, as delegacias da Polícia Civil de Mato Grosso intensificaram esforços para apurar 177 denúncias encaminhadas pelo Disque 100, serviço nacional voltado a demandas de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Entre os resultados alcançados nas diligências realizadas:
- 77 acionamentos de Conselhos Tutelares para garantir a proteção de crianças e adolescentes em risco.
- Registro de 338 ocorrências de lesão corporal, envolvendo situações de violência física contra vítimas vulneráveis.
- Apuração de 84 casos de violência sexual, reforçando a prioridade no enfrentamento a crimes graves contra crianças e adolescentes.
- Apreensão de quatro armas de fogo, contribuindo para a segurança das comunidades envolvidas.
- 2.094 boletins de ocorrência envolvendo crianças e adolescentes foram registrados durante a operação.
- 466 inquéritos de crimes contra esse público foram concluídos, com identificação dos autores.
- 558 novos inquéritos foram instaurados.
A operação também alcançou resultados expressivos no enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes em Mato Grosso, destacando ações de proteção e assistência às vítimas:
- 793 vítimas foram atendidas, recebendo acolhimento e assistência.
- 13 crianças e adolescentes foram resgatados de situações de violência ou vulnerabilidade.
- 177 denúncias recebidas pela central nacional do Disque 100 foram apuradas.
- 126 medidas cautelares foram requeridas para proteger vítimas e garantir a responsabilização dos agressores.
Além da verificação de denúncias recebidas, a Polícia Civil de Mato Grosso realizou o cumprimento de mandados de prisão e instaurou inquéritos para investigar crimes diversos praticados contra crianças e adolescentes.
A delegada Mariell Antonini Viana, da Coordenadoria de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Vulneráveis, explica que durante a operação 124 suspeitos foram detidos em flagrante e outros 42 presos por mandados por crimes, como por exemplo, de estupro e estupro de vulnerável.
Palestras e atividades nas escolas
Além das ações de repressão, a Operação Hagnos destacou a importância de medidas preventivas para combater a violência contra crianças e adolescentes. Nas 15 regionais da Polícia Civil de Mato Grosso, equipes realizaram palestras orientativas e atividades lúdicas em escolas públicas, impactando diretamente 5.448 pessoas, incluindo estudantes, professores e membros da comunidade.
Essas iniciativas visam conscientizar sobre os direitos das crianças e adolescentes, abordar formas de identificar e prevenir abusos, e estimular o diálogo sobre o tema. Ao combinar repressão com prevenção, a operação busca fortalecer a rede de proteção e criar um ambiente mais seguro para o público infantojuvenil.