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Polícia Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024, 13:30 - A | A

02 de Dezembro de 2024, 13h:30 A- A+

Polícia / OPERAÇÃO FAIR PLAY

PC identifica que criminosos compraram apartamento em Itapema por meio de 284 depósitos bancárias

As diligências apontaram que as inúmeras transações foram feitas diretamente em caixas eletrônicos, o que dificultou a identificação de quem estava enviando os valores

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

As investigações conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil de Mato Grosso, revelaram que a compra de um apartamento de luxo, avaliado em R$ 1 milhão, na cidade de Itapema, no litoral de Santa Catarina, alvo da Operação Fair Play, deflagrada na última quarta-feira (27), foi adquirido por E.J.X.P. em outubro de 2023. Ele atuou como "laranja" de P.W.F.P., conhecido por "WT", tesoureiro de uma facção criminosa de Cuiabá. As investigações continuam para desarticular as operações da facção criminosa e identificar a origem dos recursos usados na transação.

Transações bancárias

De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, a compra do imóvel foi realizada por meio de centenas de transações bancárias, prática comum em esquemas de lavagem de dinheiro relacionados ao tráfico de drogas. Tanto E.J.X.P. quanto WT já haviam sido alvos da Operação Apito Final, realizada pela GCCO em abril deste ano, que investigava o envolvimento dos dois em atividades criminosas. 

Conforme as investigações, a negociação do apartamento em Itapema, realizada em outubro de 2023, envolveu o pagamento de uma entrada de R$ 500 mil, além de cinco parcelas de R$ 50 mil, totalizando R$ 750 mil. Esse valor foi pago de forma fracionada, com uma parte destinada diretamente à construtora para quitar o imóvel e o restante repassado aos antigos proprietários.

A transação foi realizada de maneira estruturada, utilizando métodos típicos de lavagem de dinheiro, como o parcelamento por meio de múltiplos pagamentos. As investigações indicam que a transação foi conduzida por E.J.X.P., atuando como "laranja" de WT, tesoureiro de facção criminosa, para ocultar a origem ilícita dos recursos.

E, para concretizar o acordo de compra do apartamento, foram realizados 284 depósitos bancários, efetuados por pelo menos cinco comparsas de WT. As diligências também apontaram que as inúmeras transações foram feitas diretamente em caixas eletrônicos, o que dificultou a identificação de quem estava enviando os valores.

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De acordo com o delegado Rafael Scatolon, responsável pelas investigações, a prática realizada pelos criminosos é conhecida como  smurfing, uma estratégia comum em esquemas de lavagem de dinheiro, onde as transações fracionadas tornam mais difícil o rastreamento de recursos ilícitos, como aqueles provenientes do tráfico de drogas. Esse método visa disfarçar a origem do dinheiro, tornando o processo de investigação mais complexo para as autoridades.

"Essa prática de usar uma infinidade de depósitos de pequenos valores é conhecida como smurfing, uma conduta característica para transferência de valores do tráfico de drogas. O dinheiro é arrecadado em bocas de fumo, por isso os depósitos são de valores pequenos. Além disso, eles têm o objetivo de dificultar que qualquer movimentação atípica nas contas seja percebida", explicou o delegado.

Segundo o delegado, a apuração da Polícia Civil apontou que nenhum dos responsáveis pelas transferências bancárias possui lastro financeiro compatível com as movimentações. “As investigações deixaram claro que E.J.X.P foi utilizado como testa de ferro na compra do imóvel, e que o apartamento é, de fato, do WT, tendo sido utilizado tanto por ele quanto por outros membros da facção e seus familiares diversas vezes”, aponta Scatolon.

O titular da GCCO, delegado Gustavo Belão, destaca que as análises da movimentação financeira deixam evidente o envolvimento dos investigados na prática de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas da facção, fato já constatado na Operação Apito Final.

Operação Fair Play

Deflagrada na última quarta-feira (27), a Operação Fair Play é um desdobramento da Operação Apito Final, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de bens envolvendo membros de uma organização criminosa em Cuiabá. Ambas as operações têm como alvo principal WT, tesoureiro da facção criminosa. Ele está preso desde a Operação Apito Final, realizada em abril deste ano.

A Operação Fair Play cumpriu 19 mandados judiciais, sendo 11 de prisão e 8 de busca. Além disso, foram decretadas medidas de suspensão de atividades econômicas, sequestro de veículos e bloqueio de bens dos envolvidos. Essas ações visam desmantelar a rede criminosa e desarticular o esquema de lavagem de dinheiro associado ao tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

 

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