PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta terça-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Waterworld que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no contrabando de combustível ao longo do Rio Paraguai, no bioma Pantanal, no Mato Grosso do Sul. Com foco em uma das maiores áreas de preservação ambiental do Brasil, essa prática ilícita representa uma ameaça ao equilíbrio do ecossistema local, já que o transporte e o descarte incorreto de combustíveis podem causar contaminação ambiental. Foram cumpridos um total de nove mandados de busca e apreensão: oito em Corumbá e um em Campo Grande, ambos no estado do Mato Grosso do Sul.
Conforme apurado nas investigações, o combustível contrabandeado - além de ser vendido a fazendeiros locais - era trocado por serviços de prostituição, incluindo a exploração de menores de idade e por carne de animais silvestres do bioma Pantanal.
A operação buscou ainda apreender embarcações e veículos empregados nas atividades ilícitas, além de mídias digitais, celulares, HDs e outros materiais relevantes, que serão submetidos a análise pericial para aprofundamento das investigações e identificação de outros membros da rede criminosa.
Durante a operação, foram apreendidas três armas longas em uma fazenda, junto com munições. Além disso, foram confiscadas três embarcações de grande porte, uma embarcação pequena, um caminhão e uma Fiat Toro.
A Polícia Federal de Corumbá reitera seu compromisso com a prevenção e repressão a crimes que afetam o bioma Pantanal, reafirmando sua atuação incisiva contra o crime organizado na região.
O nome "Waterworld" para a operação é bem significativo, evocando o cenário do filme em que a escassez de recursos, especialmente de combustível, leva a disputas e ao surgimento de uma economia paralela em um mundo dominado por água. No contexto da operação, essa referência simboliza a logística do contrabando de combustível no Rio Paraguai, onde grandes embarcações percorrem o rio para fornecer o produto de forma ilegal.
Esse mercado clandestino no Pantanal oferece combustível a fazendeiros e moradores locais, contornando as regulamentações e os impostos legais, e aproveita-se da dificuldade de fiscalização em uma área tão vasta e isolada. Além do impacto ambiental do contrabando, a operação também visa coibir uma prática que alimenta um mercado paralelo, com potenciais prejuízos econômicos e sociais para a região.