PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta quarta-feira (9), a Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou a operação “Prima Plaga”, no município de Tapurah (MT), em cumprimenti de dezesseis mandados judiciais contra uma facção criminosa. Dentre os mandados, 11 foram de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão domiciliar, todos decretados pela Justiça após quase oito meses de investigação da Delegacia de Tapurah. A operação visa apurar um homicídio e a ocultação de cadáver que ocorreram em fevereiro deste ano.
O crime
No dia 25 de fevereiro de 2024, a Delegacia de Tapurah foi informada sobre a descoberta de um membro humano (uma perna) que flutuava no rio Arinos. A Perícia Oficial e Identificação Técnica foi acionada para coletar o material, que apresentava uma tatuagem. A vítima foi identificada como Mateus Ferreira Alecrim, residente em Nova Maringá.
Mateus foi atraído para uma emboscada por seis homens sob o pretexto de atender a um cliente em Tapurah. Ao chegar à cidade, ele foi sequestrado e levado para uma casa em Itanhangá, que servia como ponto de apoio para a facção criminosa. Lá, Mateus foi assassinado e esquartejado, e suas partes foram dispersas em diferentes locais na tentativa de ocultar o crime.
Durante as investigações, os policiais civis, ao identificarem a tatuagem encontrada na perna, conseguiram reconhecer a vítima. Várias testemunhas foram ouvidas, incluindo o pai de Mateus, que confirmou a tatuagem. A equipe descobriu que Mateus não estava envolvido em atividades criminosas, mas sua morte foi motivada pela venda de drogas na região sem a autorização da facção.
O modus operandi dos investigados era típico do crime organizado, caracterizado por um “tribunal do crime”, onde as vítimas são torturadas e forçadas a confessar crimes que não cometeram, uma prática brutal utilizada para impor medo e controle.
A operação “Prima Plaga” recebeu esse nome em referência à primeira praga do Egito, conforme descrita na Bíblia, que envolveu a transformação da água do Rio Nilo em sangue.