PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Foi deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso, na manhã desta sexta-feira (1º), a Operação Dupla Aliança, que visa desmantelar um grupo criminoso em Primavera do Leste, Mato Grosso, que atua no tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Coordenada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos do município, a ação conta com 72 mandados judiciais: 32 de prisão, 34 de busca e apreensão, e o bloqueio de contas bancárias de quatro pessoas físicas e duas empresas, nos municípios de Primavera do Leste, Cuiabá e Várzea Grande.
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A investigação que levou à Operação Dupla Aliança começou em março deste ano, após a prisão em flagrante de M.P.A.S., de 23 anos, acusados pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. A prisão do indivíduo revelou uma estrutura organizada de tráfico, na qual cada integrante desempenha um papel específico e interligado.
M.P.A.S. ocupava uma função gerencial na distribuição de maconha, enquanto sua esposa, de 22 anos, ajudava na contabilidade da operação. Além disso, a mulher liderava uma rede de fornecimento para traficantes do sexo feminino em Primavera do Leste.
O grupo contava também com o irmão da mulher, que assumia funções logísticas, facilitando as operações criminosas. A análise detalhada dos dados obtidos com a prisão inicial permitiu à Polícia Civil identificar a extensão da rede e o envolvimento de outras pessoas em atividades como a movimentação financeira e distribuição das drogas, o que resultou nos mandados cumpridos hoje em três cidades.
A esposa de M.P.A.S. gerenciava toda a logística e movimentação do tráfico de drogas via WhatsApp, coordenando a venda e distribuição em larga escala para outros traficantes na região de Primavera do Leste.
A investigação da Derf revelou que os membros do grupo tratavam a traficância como uma atividade profissional, com uma estrutura bem organizada e dedicada exclusivamente ao tráfico de drogas. A Derf identificou 34 pessoas, entre envolvidos diretos e indiretos, que participavam da associação criminosa, sendo que a maioria fazia as vendas explicitamente pelo WhatsApp.
De acordo com o delegado Rodolpho Bandeira, a investigação mostrou como os traficantes divulgavam e negociavam os entorpecentes de maneira aberta através do aplicativo de mensagens, sendo essa prática o meio de subsistência do grupo.
“Na investigação ficou demonstrada a forma como os traficantes agem e anunciam as drogas, dedicando-se como se a atividade profissional fosse a traficância de drogas, isto é, o meio de vida do grupo”, pontuou o delegado da Derf, Rodolpho Bandeira.
As investigações tambémm revelou que o grupo criminoso utilizava duas empresas, uma delas localizada em Cuiabá, para ocultar e movimentar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas, caracterizando o crime de lavagem de capitais. Essas empresas, aparentemente fictícias, serviam para disfarçar a origem ilícita dos valores, facilitando a transferência de recursos provenientes das atividades de tráfico.
O nome da operação faz referência ao casal que lidera as atividades criminosas e, segundo as investigações, exerce dupla aliança — na vida pessoal e no crime — gerenciando operações de uma facção criminosa no município.
Além de efetivo das Delegacias Regionais de Primavera do Leste, a operação contou com o apoio operacional das regionais de Barra do Garças, Cáceres, Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande e da Gerência de Operações Especiais, para cumprir os mandados e desarticular a rede criminosa de tráfico e lavagem de dinheiro.