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Política e Eleições Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024, 07:40 - A | A

08 de Novembro de 2024, 07h:40 A- A+

Política e Eleições / POSSÍVEL COMPRA DE VOTOS

Abilio afirma que dinheiro do Comando Vermelho financiaria a Mesa Diretora: "Não vamos deixar isso barato”

“As provas a gente já está juntando. O que estamos aguardando é que elas sejam consolidadas e estamos monitorando esse processo para fazermos a manifestação correta

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O prefeito eleito Abilio Brunini (PL) declarou que provas contra vereadores envolvidos em suposto esquema com a facção do Comando Vermelho estão sendo juntadas para a composição de uma representação assertiva na Câmara de Cuiabá. A resposta vem diante de críticas dos parlamentares que apontam que o liberal tem interferido na composição de chapas para a disputa pela Mesa Diretora no parlamento, fazendo acusações sem apresentar provas concretas.

“As provas a gente já está juntando. O que estamos aguardando é que elas sejam consolidadas e estamos monitorando esse processo para fazermos a manifestação correta. Não quero fazer uma representação superficial. Mas já estou avisando publicamente sobre o fato para aqueles que estão praticando ficarem atentos que nós vamos mexer com isso. Não vamos deixar isso barato”, declarou Brunini à imprensa, na manhã desta quinta-feira (07). 

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O prefeito eleito chegou a citar suposta falha de conduta em relação ao vereador Pastor Jefferson Siqueira (PSD), que teria feito indicação de moção de aplausos para um membro do CV. Siqueira sinaliza fazer oposição a Brunini e também formará chapa para conquistar a cadeira mais alta no parlamento municipal, contra a candidata Paula Calil, aponta Abilio.

Abilio criticou o ato de um vereador, cujo nome preferiu não divulgar, que concedeu uma moção de aplauso a um integrante da facção criminosa, fato que gerou grande polêmica no plenário. Embora Brunini não tenha nomeado diretamente o vereador, a descrição indica que o parlamentar é Jeferson Siqueira, que já manifestou interesse em disputar a presidência da Câmara.

“Reconhecer um líder de facção como representante da comunidade é um desrespeito. O vereador responsável por essa moção não merece, de forma alguma, liderar a Câmara”, afirmou.


“Tem vereador que deu moção de aplausos para cara do Comando (Vermelho), tá de brincadeira?! O nível que a Câmara está. E o cara quer ser presidente da Câmara. Eu posso deixar um negócio desse?”, questionou o prefeito eleito.

A interferência do prefeito eleito não para por aí. Abilio afirmou ainda que recebeu outra denúncia anônima: a de que lideranças do Comando Vermelho estariam realizando empréstimos para a compra de votos de vereadores na campanha pela Mesa Diretora. O valor do voto seria em torno de R$ 200 mil para votarem em uma chapa específica, orientada pela facção.

Segundo o prefeito, essa movimentação visa colocar um vereador aliado ao grupo criminoso na presidência da Câmara. “Recebemos informações de que alguém tomou dinheiro emprestado de um líder do Comando para cooptar vereadores e garantir votos em favor de uma chapa. Estamos apurando essas denúncias, e, assim que todas as provas estiverem consolidadas, levaremos os nomes ao Ministério Público e ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado)”, afirmou Brunini

“Alguém teria pego um dinheiro com um líder do comando para poder cooptar vereadores e conseguir votos para montar determinada chapa. Alguns vereadores teriam sofrido assédio, ofertas. A gente vai fazer uma denúncia em sigilo, mas que estaria circulando na casa dos R$ 200 mil, o voto”.

Por fim, Brunini voltou a dizer que não pretende interferir na campanha interna da Casa de Leis, mas declarou que, como futuro prefeito, está preocupado com os rumos da Câmara, órgão com o qual deverá manter relação de interdependência nos próximos quatro anos. 

Brunini alertou que, caso a Câmara Municipal não adote uma postura firme e independente, o Poder Executivo poderá, eventualmente, tornar-se “refém” de interesses alheios à sociedade. Assim, ele ressaltou que a independência das decisões municipais depende de uma Câmara livre de qualquer influência criminosa. “Não podemos mais tolerar que a Câmara de Cuiabá esteja envolvida em escândalos policiais. Precisamos de uma mudança urgente e concreta para assegurar que os projetos enviados pelo Executivo sejam analisados de forma justa e independente”, destacou o prefeito.

“Essa Câmara precisa ter novos rumos porque é a Câmara que vai aprovar os projetos que a gente vai mandar. Que vai definir o orçamento da prefeitura, que vai aprovar ou revogar projetos que, pra gente, são importantes. Se a Câmara não tiver uma mudança de postura, o Executivo vai virar refém de uma Câmara subordinada a outros interesses”.

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