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Política e Eleições Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024, 16:40 - A | A

13 de Dezembro de 2024, 16h:40 A- A+

Política e Eleições / ACUSAÇÕES GRAVES

Abílio promete extinguir empresa de Saúde Pública e acusa atual gestão de segurar pacientes para "gerar lucro do governo federal"

A Secretaria de Saúde de Cuiabá classificou como “descabidas e infundadas” as acusações do prefeito eleito

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou que pretende extinguir a Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) nos primeiros seis meses de sua gestão. A medida visa substituir o modelo de gestão dos hospitais municipais, numa tentativa de reduzir custos e aumentar a eficiência no atendimento à população.

Durante visita ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), Abílio afirmou que o ECSP está gerando um rombo de R$ 200 milhões aos cofres públicos.

Segundo Abilio, a gestão atual da ECSP é ineficaz e está à beira de um colapso financeiro. Ele afirmou que a empresa pública não gerencia os hospitais de maneira eficiente e administra que a mudança é urgente. O prefeito eleito transferiu a gestão dos hospitais para a Secretaria Municipal de Saúde, mantendo apenas os contratos em andamento até o fim.

 "Tivemos a informação de que a Empresa Cuiabana de Saúde Pública está com uma dívida de R$ 218 milhões e que se fosse uma empresa privada estaria numa situação de falência. Empresa que está com muita dívida, muitos atrasos, dívidas trabalhistas, de serviços terceirizados, então há preocupação muito grande", colocou.

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Além da crise financeira, Abílio também criticou a estrutura administrativa da Secretaria de Saúde. Ele afirmou que a massa possui mais de 400 servidores administrativos, enquanto há carência de profissionais em hospitais e postos de saúde. A reestruturação da gestão buscará corrigir esse desequilíbrio, com a realocação de recursos para as unidades de saúde.

O prefeito eleito pontuou que a Secretaria de Saúde deverá assumir, já nos primeiros dias de mandato, a gestão das unidades de saúde sob responsabilidade da Empresa Cuiabana. "De imediato, vamos passar a gestão do HMC, São Benedito e demais unidades para a Secretaria de Saúde e deixar a Empresa Cuiabana cuidando apenas daqueles contratos que estão em andamento e que estão caminhando para o encerramento", explicou.

Com a extinção da ECSP, Abilio espera reverter a atual situação financeira e melhorar a qualidade do atendimento nos hospitais de Cuiabá. Ele promete trabalhar para reduzir as dívidas e garantir um atendimento mais eficiente à população. A expectativa é grande para que a gestão consiga implementar mudanças de forma eficaz.

A dívida acumulada pela ECSP, que inclui subsídios com fornecedores e pagamentos atrasados, compromete as finanças da saúde pública de Cuiabá. Abílio acredita que a extinção da empresa é a única forma de reverter a crise financeira e garantir uma gestão mais eficiente dos hospitais municipais.

Ao transferir a gestão dos hospitais para a Secretaria Municipal de Saúde, Abilio Brunini espera cortar custos com contratos terceirizados e melhorar a alocação de recursos e pessoal, resultando em um atendimento mais eficiente e ágil para a população.

Abilio criticou o número excessivo de servidores administrativos na Secretaria de Saúde e planeja realocar esses para as unidades de recursos de saúde, suprindo a falta de profissionais na linha de frente de atendimento à população.

Em relação às informações repassadas pelo secretário Deiver Teixeira, de que a Saúde Pública possui um déficit mensal de R$ 20 milhões e que não há contrapartida do Governo do Estado, o prefeito eleito pediu cautela com os números. Segundo ele, um diagnóstico correto sobre a situação financeira da pasta deverá ser firmado somente após assumir o comando da prefeitura.

"Há de se preocupar se esses números são reais ou se estão tirando proveito do fechamento do mandato para fazer alguma coisa de errado na Saúde. Sempre que trato da gestão do Emanuel, trato com suspeição. É muito dinheiro, R$ 1,5 bilhão, para a Saúde estar do jeito que está", pontuou, destacando que a atual gestão sofreu 22 operações policiais, sendo a maioria delas na Saúde.

NOVA DENÚNCIA

Outra denúncia feita pelo prefeito eleito é que a atual administração comandada por Emanuel Pinheiro (MDB), manter pacientes no Hospital Municipal de Cuiabá propositalmente, para gerar maior lucro.

Na visita ao HMC, Abilio constatou que diversos pacientes internados já poderiam estar de alta, pois aguardam por procedimentos simples e de baixo custo.

"A maioria dos pacientes que estão aqui são pacientes que já poderiam ter passado por procedimento cirúrgico e já poderiam estar em suas casas. A maioria não são casos complexos que deveriam passar por procedimentos de alto custo e tudo mais, a maioria são procedimentos simples e de baixo custo”, enfatizou. 

Para ele, essa é uma forma de Emanuel se beneficiar com recursos federais. “A atual gestão se beneficia de certa forma por fazer com que o paciente fique mais tempo aqui, ganha diária do Ministério da Saúde, coloca processo dentro, como se o paciente tivesse a cada dia sendo atendido por psicólogo, por terapeuta, e muita das vezes esse processo, se quer acontece na sala da enfermaria”, explicou o liberal. 

Diante disso, Abilio afirma que o maior problema da atual gestão com relação a saúde é a “ineficiência”. “Essa ineficiente de gestão é um grande problema e gera um alto custo, ela transforma esse hospital em um hospital mais caro que o privado”, finalizou.

Outro lado

A Secretaria de Saúde de Cuiabá classificou como “descabidas e infundadas” as acusações do prefeito eleito. 

Por meio de nota, a administração municipal garante que a permanência de pacientes internados é uma decisão estritamente médica, fundamentada nas necessidades individuais de cada paciente.


Confira a nota na íntegra

A Empresa Cuiabana de Saúde Pública e a Secretaria Municipal de Saúde vêm a público esclarecer as falsas informações divulgadas pelo prefeito eleito:


As declarações realizadas na tarde de quinta-feira (12) são descabidas e infundadas.


Respaldada pela lógica, é impossível a avaliação de centenas de prontuários médicos em um período inferior a duas horas, culminando em acusações tão graves.


Além disso, torna-se ainda mais inverossímil considerar tais alegações, dado o quadro clínico e administrativo composto por centenas de profissionais que, diariamente, atendem pacientes de Cuiabá, Várzea Grande e diversas cidades do interior.


As equipes do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) trabalham com ética, responsabilidade e compromisso com a saúde da população, sempre em conformidade com as normas e diretrizes legais, garantindo o melhor atendimento possível aos pacientes.


A diretoria e corpo clínico do HMC ressaltam que a permanência de pacientes internados é uma decisão estritamente médica, fundamentada nas necessidades individuais de cada paciente.


Causa estranheza que uma acusação tão infundada seja feita em um momento em que é crucial debater o Programa de Pactuação Integrada junto ao governo federal, especialmente no que se refere aos valores destinados ao cofinanciamento da saúde, que estão defasados há mais de uma década, conforme apontado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).


É lamentável que o uso de palavras vazias e a guerra de narrativas se sobreponham a uma discussão uníssona, cujo único propósito deveria ser assegurar a continuidade e a qualidade dos atendimentos de saúde.

 

 

 

 

 

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