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Política e Eleições Quinta-feira, 26 de Setembro de 2024, 13:40 - A | A

26 de Setembro de 2024, 13h:40 A- A+

Política e Eleições / "ISSO É UM CRIME"

CUT-MT denuncia desrespeito do governo Mauro Mendes com os trabalhadores da educação

Em entrevista na Rádio CPA FM presidente da CUT-MT e dirigente do Sintep-MT, Henrique Lopes, destaca a desvalorização dos profissionais da educação e o desrespeito com o sindicato

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), professor Henrique Lopes, durante entrevista ao programa Opinião da Rádio CPA FM, destacou o desrespeito do governador Mauro Mendes com o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). Durante a conversa com o radialista Geremias Santos, Henrique Lopes, que também faz parte da direção central do Sintep-MT, abordou as tensões entre o sindicato e o governo estadual.

O sindicalista explicou que os servidores públicos do Mato Grosso, particularmente aqueles da educação, enfrentam diversas dificuldades após a Reforma da Previdência, implementada durante o governo Bolsonaro. Ele destacou que a categoria da educação, uma das mais prejudicadas entre os trabalhadores do executivo estadual, recebe alguns dos salários mais baixos no estado. Isso agrava ainda mais as condições de trabalho, tornando a luta do Sintep-MT contra o governo uma questão central para a classe trabalhadora da educação.

Além disso, Henrique Lopes reforçou a necessidade de unidade entre os trabalhadores para enfrentar essas perdas, ressaltando que a educação é uma das áreas mais afetadas pelas políticas do governo estadual.

“Na visão do empresário Mauro Mendes os trabalhadores da educação não têm o direito sequer de reclamar. É uma categoria que recebe abaixo da média dos demais trabalhadores do executivo. Não se trata de dizer que os salários de todos está bom. Na comparação com os demais o salário está achatado, isso inclusive por uma decisão do governador que ao assumir o estado judicializou a Lei 510, dizendo que era impraticável, ilegal. Criou subterfúgios para não cumprir com a lei que estava recuperando a dignidade salarial dos profissionais da educação”, esclareceu.

Henrique também pontuou sobre as estratégias utilizadas pelo governador, na tentativa de calar as cobranças do Sintep-MT. Ressaltou a impessoalidade com que o chefe de estado lida com as questões sindicais, recebendo as críticas como endereçadas à pessoa, ao “CPF de Mauro Ferreira Mendes”, o que não é próprio da administração pública. Entre as práticas, o sindicalista cita o apadrinhamento do governo a uma associação de servidores da educação.

“Não temos nada contra a criação de uma associação, estamos num país democrático, agora uma associação querer substituir o papel de um sindicato, aí a coisa começa a se complicar”, cita Henrique.
Para o dirigente é “lamentável” que alguém que se coloque na condição de chefe de estado, queira interferir no processo de organização dos trabalhadores e trabalhadoras do estado de Mato Grosso. “Isso é um crime”, destacou enquanto presidente da CUT-MT sobre o que considera prática antissindical do governo.  

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Durante a entrevista, Henrique Lopes também mencionou que uma das mais recentes manobras do governo estadual envolve o uso do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para criar a ilusão de que a qualidade da educação em Mato Grosso melhorou. Ele lamentou que, na realidade, não houve um progresso significativo na aprendizagem e apontou que qualquer alteração em indicadores como aprovação, evasão e aprendizagem pode distorcer os resultados.

O presidente do Sintep-MT revelou que o sindicato recebeu denúncias de profissionais da educação sobre possíveis adulterações nas avaliações feitas pelos professores e que essas denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público. Lopes ressaltou que essa estratégia de "maquiar" os resultados do Ideb é uma prática observada em outros estados, como o Pará.

Além disso, ele enfatizou que a luta do Sintep-MT é pela verdadeira melhoria da educação, o que inclui a valorização dos profissionais da área, uma gestão democrática e a oferta de infraestrutura adequada. Essas medidas são essenciais para garantir que os estudantes tenham as condições necessárias para enfrentar os desafios do mercado de trabalho ao concluir seus estudos.

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