ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O presidente estadual do Partido Progressista em Mato Grosso, Paulo Araújo, não vê com bons olhos a possível federação nacional entre PP, União Brasil e Republicanos. Para o deputado, embora a federação possa ser benéfica na construção da chapa para deputado federal, quando o assunto é a chapa de deputado estadual tudo se complica.
Paulo explica que, quando há uma federação, acaba-se elevando a média de votos para que o grupo possa eleger um deputado estadual, o que pode fazer com que possíveis filiados desistam de migrar para a sigla progressista em virtude da dificuldade em conseguir essa votação expressiva.
“Nós vamos elevar esse nível de corte lá para 35 mil votos. Então, é lógico, quem tá aqui numa chapa que concorre com uma expectativa de menos votos, para uma federação, já não fica tão atraente. Por isso a federação prejudica muito na montagem da chapa de deputado estadual. (...) Se o PP for sozinho, vamos dizer que o limite de corte para uma possível eleição seja de 20 mil, elegeram três com corte de 20 mil. Caso a gente tenha federação, esquece, é acima de 30, 35 mil votos. Aí, o candidato que está lá, pré-candidato que sabe que vai fazer 20 mil, ele não vai para uma federação, que o limite de corte é de 35 mil”, defende o deputado.
A possibilidade da federação entre as três siglas é uma conversa que surgiu em 2024 em Brasília. Agora com a escolha de Davi Alcolumbre (União-AP) como presidente do Senado e Hugo Motta (Republicanos-PB) como presidente da Câmara, a possibilidade ganha ainda mais força.
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Mesmo com essa expectativa crescendo, Paulo Araújo afirma que até o momento os parlamentares de Mato Grosso não têm essa confirmação se vai haver ou não a federação. Ele diz que já conversou com o presidente Ciro Nogueira (PP-PI) e, até o momento, não recebeu nenhuma confirmação.
Chapa para federal
Se por um lado há dificuldade na montagem de chapa para deputado estadual, quando o assunto é chapa para deputado federal, a conversa é diferente. De acordo com Paulo, a confirmação da federação iria beneficiar o PP, que tem dois nomes fortes para a disputa, o do ex-deputado Neri Geller e o do presidente da MTPar, Wener Santos.
Outro “super trunfo” do partido seria a tão sonhada filiação da primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, que já recebeu o convite para ingressar na sigla, mas até o momento não confirmou se aceita ou não.
“A gente trabalha com a filiação da dona Virginia ao Progressista. Mas nós temos o deputado Neri Geller que está no partido, temos o Wener Santos. Então, para uma montagem de chapa de federal facilitaria. Nós teríamos nove vagas para deputado federal, então seria mais fácil essa construção”, diz o deputado.
Segundo ele, os prováveis candidatos com mais potencial de se elegerem como federais são o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller (PP), e o presidente da MT Participações e Projetos (MTPAR), Wener Santos (PP).