PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A busca por parcerias internacionais e a abertura de mercados são prioridades para o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. A abertura de mercados de 55 mercados só em 2023 e a celebração de acordos técnicos, como o acordo para o desenvolvimento de vacinas contra febre aftosa com a Indonésia, são passos importantes para fortalecer a indústria agrícola e pecuária brasileira, bem como para promover a cooperação internacional.
A busca por parcerias internacionais pode beneficiar o Brasil de várias maneiras, como aumentando as oportunidades de exportação de produtos agrícolas e pecuários, atraindo investimentos estrangeiros e promovendo a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias agrícolas.
A assinatura do acordo técnico com a Indonésia para o desenvolvimento de vacinas contra febre aftosa aconteceu após a reunião do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com o ministro da Agricultura da República da Indonésia, Andi Amran Sulaiman, na tarde da última segunda-feira (30), em Jacarta.
O ministro Fávaro avalia que os “dias de muito trabalho” no país asiático vão resultar na geração de emprego e renda para o Brasil.
“Reunimo-nos com vários ministros e discutimos diversas formas de reduzir a burocracia para ampliar os mercados, incluindo a ampliação dos mercados de frutas, além de carne bovina, suínos e aves. Tenho certeza de que os resultados serão muito relevantes: geração de emprego e renda no Brasil e nossa consolidação como um grande parceiro da Indonésia", disse o ministro.
A geração de empregos e renda é um dos principais objetivos de políticas voltadas para o desenvolvimento econômico, e a ampliação das exportações, especialmente no setor agrícola, tem o potencial de criar oportunidades de emprego ao longo de toda a cadeia produtiva, desde os produtores rurais até os trabalhadores nas indústrias de processamento e logística.
Balança comercial
A importância da Indonésia como parceiro comercial significativos para o Brasil. O país ocupa a 11ª posição no ranking de destinos das exportações do agronegócio brasileiro. De acordo com os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Comex Stat/MDIC), dos US$ 3,1 bilhões exportados à Indonésia, 93% ou US$ 2,9 bilhões se enquadram como produtos do agronegócio.
Os produtos exportados para a Indonésia incluem uma variedade de produtos agrícolas, como farelo de soja, açúcar, algodão, trigo, carne bovina, tabaco, café, milho, polpa de celulose e soja em grãos. Essa diversificação é importante para reduzir a dependência de um único produto ou mercado e aumentar a resiliência das exportações brasileiras.
Da mesma maneira, nas relações as exportações brasileiras para a Índia somaram US$ 2,95 bilhões em 2022, de acordo com o Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat). Os principais produtos exportados foram óleo de soja e açúcar.
Em maio de 2023, a Índia abriu o mercado para a importação do refresco de açaí brasileiro. O refresco de açaí é uma bebida não fermentada, obtida pela diluição em água potável do açaí, açaí clarificado ou açaí desidratado, com ou sem adição de açúcares.
Mapa no mundo
A missão do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, na Indonésia está sendo muito produtiva em termos de busca de ampliação de relações comerciais e cooperação técnico-científica entre o Brasil e o país asiático.
A agenda começou no domingo (29), Fávaro já participou de reunião com a associação de confinadores da Indonésia, com objetivo fortalecer as relações comerciais entre os dois países, especialmente no que diz respeito à exportação de gado bovino do Brasil para a Indonésia. A importação de mais de 600 mil cabeças de gado por ano é uma parte importante do comércio entre os dois países.
Em seguida, o ministro se reuniu o vice-ministro de Relações Exteriores indonésio, Pahala Mansury, para tratar sobre o fortalecimento das relações comerciais e a cooperação técnico-científica entre o Brasil e a Indonésia em diversas áreas.
Nesta terça-feira (31), o ministro participou da abertura do Seminário Empresarial Brasil-Indonésia. Na ocasião, o ministro destaca a importância da pesquisa no desenvolvimento da agropecuária brasileira, com ênfase no papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Isso ressalta a importância da pesquisa e inovação no setor agrícola brasileiro e pode abrir caminhos para cooperação científica e técnica com a Indonésia.
A agenda também incluiu reunião com o ministro da Autoridade de Quarentena da Indonésia, Sahat Manaor Panggbean, em que ambos os países elencaram suas prioridades comerciais.
Na tarde da terça, Fávaro e a comitiva brasileira também estiveram com os delegados da Câmara de Indústria e Comércio da Indonésia (Kadin), e apresentaram o maior programa de produção sustentável de alimentos do mundo que está sendo desenvolvido pelo Brasil e prevê, em dez anos, a recuperação e conversão de 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis.
Na última agenda da missão à Indonésia, o ministro Carlos Fávaro se reuniu com o ministro de Coordenação Econômica, Airlangga Hartarto, para discutir o fortalecimento da relação entre os países, visando a intensificação do comércio de produtos agrícolas, a conclusão das análises de riscos para exportação e novos acordos de cooperação técnico científica.
Nesta quarta-feira (1) Fávaro e a delegação do Mapa partem para a Índia, onde participam da Feira World Food Índia, que é uma das mais importantes feiras de alimentos do país e que contará com a exposição de produtos da agropecuária brasileira. A missão também prevê uma extensa agenda de reuniões bilaterais com ministérios indianos e empresas que prometem trazer à pauta a ampliação do comércio entre os dois países.
"Participaremos de um seminário empresarial, de uma feira de alimentos e trabalharemos com o governo daquele país na abertura de mercados para sucos de frutas e leguminosas relevantes para o Brasil, não deixando de exportar nossas proteínas animais de qualidade e competitivas, que geram ganhos para ambos os países. Tenho certeza de que, ao final dessa missão, o Brasil ganhará mais uma vez", prevê Carlos Fávaro.