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Política e Eleições Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2025, 13:40 - A | A

27 de Janeiro de 2025, 13h:40 A- A+

Política e Eleições / MÉTODO DE PREVENÇÃO

Prefeito destaca força-tarefa no combate à dengue e Chikungunya e descarta "fumacê" em Cuiabá

Nós estamos buscando os instrumentos adequados que é o combate aos pontos específicos da disseminação e não colocando fumaça nas casas de todo mundo”, disse Abilio Brunini

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O prefeito Abilio Brunini (PL) prevê uma força-tarefa no combate à dengue em Cuiabá. Para isso, visa unir a Secretaria de Saúde, em parceria com a Defesa Civil e Ministério Público (MPE), a fim de garantir a vistoria em terrenos baldios e imóveis particulares abandonados. Isso sob o respaldo de que acréscimos de limpeza serão anexados ao Imposto Predial e Territorial Urbano  (IPTU) daqueles que não cumprirem com as normativas adequadas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, atrelado à pena de multas.

O prefeito reforçou a necessidade da atuação conjunta dos órgãos fiscalizadores com o apoio da população. “Em parceria com a Defesa Civil e também com a população. Porque, muitas vezes, sem o apoio da Defesa Civil, era mais difícil você adentrar em uma residência abandonada sem uma autorização adequada. Então, com isso, a gente vai ter a condição de entrar em lugares que às vezes estava restrito à fiscalização da prefeitura. Assim, nós vamos poder fazer o tratamento adequado e as medidas necessárias para combater o foco”, disse em coletiva de imprensa na última quinta-feira (23).

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Na sequência, o chefe do Executivo municipal foi questionado se busca uma parceria com o Ministério Público para executar uma melhor fiscalização em terrenos baldios e, consequentemente, cobrar pelas limpezas nas áreas com criadores do mosquito, valores que serão cobrados no ITPU. Brunini respondeu: “Podemos sim. Isso já é previsto, inclusive. Acontece que, com exceção dessa circunstância em especial, que a gente tem na emergência, à propriedade privada é restrito ao acesso. Ainda que seja considerado abandonado, a gente não pode entrar sem uma autorização judicial. Agora, com exceção desse caso, no caso de emergência, uma propriedade abandonada que está com foco transmissor do mosquito da dengue, ali a gente vai adentrar para buscar uma solução, e as medidas que forem adotadas serão impactadas no IPTU da pessoa”, confirmou o gestor. 

Além disso, o prefeito destacou leis que já preveem multas para cidadãos que não contribuem com a limpeza de imóveis, a fim de evitar a proliferação do Aedes aegypti e, consequentemente, favorecem o crscimento de casos de dengue e chikungunya na Capital. “Tem multas ambientais, tem vários tipos de procedimentos que já são existentes na legislação. A gente não precisa criar nada novo, ele já existe. Acontece que, por muitas vezes, não foi aplicado, e agora a gente vai aplicar”.

O prefeito também descartou a utilização do chamado “carro do fumacê” para conter o avanço dos casos de dengue, zika e chikungunya que estão se espalhando pela cidade.

De acordo com o prefeito, não há dados científicos que comprovem a eficácia do inseticida, que pode até mesmo causar alergias a alguns moradores. “Muita gente tem nos perguntado por que não colocamos o fumacê nas ruas. Por causa dos dados científicos que demonstram até o momento pouca eficiência na aplicação da fumaça e ainda tem uma questão que aumenta casos de alergia. Nós estamos buscando os instrumentos adequados que é o combate aos pontos específicos da disseminação e não colocando fumaça nas casas de todo mundo”, disse o prefeito.


Dados que embasam o documento assinado pelo prefeito mostram que entre 29 de dezembro de 2024 e 18 de janeiro de 2025, a Secretaria Municipal de Saúde registrou um aumento de 204,5% nos casos de dengue e 1.913,3% nos casos confirmados de chikungunya.

Mesmo descartando a utilização do fumacê nas ruas, Abilio afirma que o inseticida será usado em casos específicos onde for encontrado uma grande quantidade de mosquitos transmissores da dengue.

De acordo com o Ministério da Saúde, o fumacê é um produto para aplicação espacial a Ultra Baixo Volume (UBV) com combinação de duas moléculas (Praletrina + Imidacloprida) e solventes. A aplicação é uma estratégia de controle químico de Aedes aegypti recomendada somente em situações excepcionais e seu uso deve ser concomitante com todas as demais ações de controle ou quando o controle preventivo não for suficiente.

Do que é composto o fumacê?

O produto para aplicação espacial a ultra baixo volume (UBV), popularmente chamado fumacê, é um inseticida com combinação de duas moléculas (Praletrina + Imidacloprida) e solventes. Por ser uma técnica de aplicação a UBV a frio, não há a formação de nuvem de fumaça por não haver a queima de óleo mineral no momento da aplicação. 

Como o produto age para abater o mosquito?

O modo de ação do produto causa uma excitação no sistema nervoso dos mosquitos após o contato do inseticida e, posteriormente, a morte deles. 

O produto faz mal à saúde humana?

Todos os inseticidas adquiridos pelo Ministério da Saúde (adulticidas e larvicidas) são indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e têm por base normas técnicas e operacionais oriundas de um grupo de especialistas em praguicidas que preconiza os princípios ativos desses produtos e recomenda as doses para os vários tipos de tratamento disponíveis. É fundamental o uso racional e seguro dos inseticidas nas atividades de controle vetorial, tendo em vista que o seu uso indiscriminado gera impactos ambientais, além da possibilidade de desenvolvimento da resistência dos vetores aos produtos. 

Por quanto tempo o produto fica presente no ambiente?

Por aproximadamente 30 minutos e a depender das condições climáticas no momento da aplicação. A nebulização espacial pressupõe a colocação de um pequeno volume da mistura de inseticida que será diluído em uma massa de ar infinitamente maior (em torno de bilhões de litros de ar). Este tipo de tratamento tem apenas efeito espacial sobre mosquitos que estejam voando ou desalojados de seus refúgios quando atingidos pelas gotas. 

É necessário abrir as janelas de casa quando o veículo do fumacê estiver passando?

Sim. Antes da aplicação é necessário realizar um trabalho de conscientização junto à população para que as pessoas possam abrir portas e janelas, de maneira a facilitar a entrada das gotículas no domicílio. Para se obter maior sucesso com essa ação, as gotículas de inseticidas geradas pelo equipamento devem penetrar no interior dos quintais e das casas, nos locais onde os mosquitos são encontrados. 

Até que ponto o fumacê pode ser eficaz, levando em conta que o controle efetivo da proliferação do mosquito está dentro das residências?

A aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) é uma estratégia de controle químico de Aedes aegypti, sendo recomendada somente em situações excepcionais (surtos ou epidemias). Essa ação integra o conjunto de atividades emergenciais adotadas nessas situações e seu uso deve ser concomitante com todas as demais ações de controle ou quando o controle preventivo não for suficiente. Também é indicado se houver necessidade de bloqueio da circulação de fêmeas adultas em áreas onde há casos de arboviroses notificados, para evitar a transmissão de novos casos. 

Como é feita a aplicação?

Esta técnica de aplicação pode ser realizada utilizando equipamento costal motorizado (portátil) ou equipamento veicular pesado. Sua eficácia é limitada, uma vez que somente os insetos adultos que estiverem em voo no momento da pulverização serão controlados. É uma técnica recomendada para utilização durante períodos de epidemia para reduzir a densidade de mosquitos alados e reduzir a transmissão de doenças como a dengue, a Zika ou a Chikungunya.  Para aumentar a eficácia e o impacto da estratégia, é fundamental que a eliminação de criadouros preceda a nebulização. 

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