ELISA RIBEIRO
A vereador Maysa Leão (Republicanos) usou a tribuna da Câmara Municipal na sessão desta terça-feira (04) para demonstrar sua total insatisfação com a condução da secretária de Educação de Cuiabá, Solange Dias, frente à pasta municipal. Além da falta de diálogo entre a gestora e os vereadores, a parlamentar afirmou que a secretária está “perdida”, sobretudo por não conhecer as unidades de ensino da Capital, cujas aulas tiveram que ser adiadas para a próxima segunda-feira em razão da desestrutura no setor.
“Dia 20 de janeiro não tínhamos coordenadores e nem diretores nas escolas. Eu perturbei a vereadora Samantha [Íris] para fazer reuniões, persegui a secretária Solange, tanto que ela já deve estar: ‘meu Deus, essa mulher não tem vida’. Porque eu mandei Whatsapp a ela dia sim, dia sim, todo dia, três, quatro vezes por dia para sanar os problemas. Na reunião do Ministério Público, no dia 21, que eu pedi pro promotor Miguel Slhessarenko. Nessa reunião, vimos que ainda não tinha CAD e nem contrato pra CAD, tinha muita coisa em aberto, e o que eu percebi é que a secretária Solange está perdida. Ela não é de Cuiabá, não conhece as unidades”, disse a vereadora durante na sessão ordinária.
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Além de criticar a secretária de Educação, a vereadora também relatou que, desde novembro de 2024, vem alertando o prefeito Abilio Brunini (PL) sobre os problemas encontrados por ela durante a gestão anterior. Ela afirmou ter enviado um ofício para a equipe de transição de Abilio contendo 23 diretrizes que precisavam ser atendidas para melhorar a Educação, porém, nunca obteve resposta.
“No dia 12 de novembro, enviei um ofício para a equipe de transição, para o e-mail oficial do então deputado Abilio, para o chefe de gabinete, para todas as pessoas possíveis. (...) Essas diretrizes eram importantes para que as aulas começassem no dia 3 [de fevereiro], para que muita coisa fosse sanada, para que um plano de curto, médio e longo prazo fosse feito. No dia 18 de novembro, enviei um Whatsapp: ‘prefeito Abilio, o lotacionograma da Educação fecha 22 de novembro, a Edilene vai determinar como será a tônica da sua gestão. A gente pode correr atrás e olhar esse documento, as nomeações, visitar as escolas, me coloco à disposição’, mas também não consegui ser atendida”, disse a vereadora.
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A Educação tem sido o centro das atenções na gestão de Abilio desde a semana passada, quando o gestor decidiu adiar o início das aulas nas escolas municipais para o dia 10 de fevereiro. Tendo em vista, que o início das aulas seria na segunda-feira (03).
De acordo com o prefeito Abilio Brunini a medida se dá em virtude de que 10 das 171 unidades da Capital não estão com estrutura básica pronta para receber os alunos.
Contudo, a crítica dos vereadors de oposição ao prefeito foi a demora na nomeação dos coordenadores, secretários e diretores das escolas, que aconteceu somente no dia 21 de fevereiro. Além disso, a crítica se dá à demora também da contratação dos Cuidadores de Alunos com Deficiência (CADs), que aconteceu de forma emergencial somente no dia 28 de fevereiro, no mesmo dia em que Abilio decidiu por adiar o início das aulas.
A vereadora garantiu que, assim como ela, outros colegas estão à disposição para ajudar na pasta da Educação, basta melhorar o diálogo entre a secretária Solange e os parlamentares e descentralizar a gestão. “Se continuar dessa forma eu sinto dizer, aqui não fala criticando o prefeito, porque ainda não há tempo hábil para criticar, estamos há 31 dias de mandato e temos que ser cooperativos, mas assim não vai dar certo. Não dá pra centralizar, a gente precisa que ele abra mão e passe para alguém que vai decidir, que vai reunir, que vai utilizar essa Casa, esses vereadores, que vai usar coordenadores com experiência, diretores com experiência e a comunidade escolar. Nós poderíamos ter ativado a comunidade escolar para capinar mato, (...) a gente pode fazer uma administração cooperativa, participativa”, acrescentou a vereadora.
A reportagem do Site FTNBRASIL entrou em contato com a pasta da Educação, através de sua assessoria de imprensa e até o fechamento desta matéria não houve sequer alguma manifestação sobre a fala da vereadora Maysa Leão.