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Saúde Segunda-feira, 19 de Agosto de 2024, 15:34 - A | A

19 de Agosto de 2024, 15h:34 A- A+

Saúde / MPOX

Antiviral não melhora sintomas de infecções pela nova variante

Estudo realizado nos EUA mostrou que o antiviral tecovirimat não reduziu a duração dos sintomas de mpox provocada pela nova variante

BETHÂNIA NUNES
DO METRÓPOLES

Dados de um estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) mostram que o antiviral tecovirimat não é eficaz para reduzir o tempo de duração das lesões de pele que aparecem em crianças e adultos infectados com a nova variante da mpox. O remédio era bastante usado no protocolo de tratamento da doença.

Os resultados preliminares do estudo foram publicados na última quinta-feira (15) pelo NIH. O tecovirimat foi desenvolvido originalmente para tratar a varíola, doença causada por um ortopoxvírus da mesma família do mpoxvírus.

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A nova variante do vírus, chamada de Clado 1, tem se espalhado pela África no surto atual. Acredita-se que ela seja mais letal do que a Clado 2, que causou o surto mundial de mpox em 2022. A disseminação da Clado 1 na República Democrática do Congo e em outros países vizinhos levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública de interesse internacional na última quarta-feira (14/8).

“Essas descobertas são decepcionantes, mas nos dão informações essenciais e reforçam a necessidade de identificar outros candidatos terapêuticos para mpox enquanto continuamos a pesquisa sobre o uso de tecovirimat em outras populações com mpox”, considera a diretora do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), Jeanne Marrazzo, em comunicado à imprensa.

 

 Estudo com antiviral para mpox

O estudo sobre a eficácia do tecovirimat começou em outubro de 2023 e contou com a participação de 597 pessoas de duas regiões da República do Congo. Todas elas tinham mpox confirmada em laboratório.

Os pacientes foram separados aleatoriamente em dois grupos para receber o tecovirimat ou pílulas de placebo por pelo menos 14 dias, enquanto estavam internados em um hospital. Nesse período, eles foram monitorados de perto quanto à segurança do tratamento e a resolução das lesões de mpox.

O resultado mostrou que o antiviral não reduziu a duração dos sintomas de mpox em comparação com o placebo.

Contudo, os pesquisadores notaram que os cuidados durante a internação diminuíram significativamente a mortalidade geral dos pacientes, independentemente de terem recebido o medicamento ou não. A taxa de óbitos foi de 1,7% entre os internados, enquanto a taxa geral de mortalidade na República do Congo é de 3,6%.

“Embora não seja o que esperávamos, os resultados mostram que os clínicos do estudo forneceram cuidados de suporte excepcionais a todos os participantes, o que é uma prova do conhecimento e da habilidade que os clínicos congoleses adquiriram no gerenciamento de doenças relacionadas à mpox”, disse pesquisador Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica (INRB) e professor de microbiologia na Escola Médica da Universidade de Kinshasa.

 

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