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Saúde Terça-feira, 01 de Outubro de 2024, 17:43 - A | A

01 de Outubro de 2024, 17h:43 A- A+

Saúde / GERAR VIDA

Irmã doa útero para outra em transplante inédito no Brasil

Transplante de útero foi realizado no Hospital das Clínicas, de São Paulo. A receptora menstruou pela primeira vez 32 dias após cirurgia

BETHÂNIA NUNES
DO METRÓPOLES

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em São Paulo, realizou o primeiro transplante de útero bem-sucedido entre pacientes vivas da América Latina. O procedimento foi feito em 17 de agosto, entre duas irmãs.

A cirurgia é considerada um grande avanço na medicina reprodutiva. Ela é indicada para mulheres em idade fértil, que não possuem útero, e desejam gerar um filho.

Jéssica Borges nasceu sem útero devido à síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH), mais conhecida como síndrome de Rokitansky. Ela recebeu o útero da irmã, Jaqueline Borges.

Jaqueline é mãe de duas crianças — de 6 e 4 anos — e se voluntariou para doar o órgão para que a irmã pudesse realizar seu desejo de ser mãe.

O transplante foi conduzido por médicos da Divisão de Ginecologia e pelo Serviço de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do HCFMUSP.

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A instituição tem vasta experiência na realização de transplantes de útero a partir de doadora falecida. Mas a prática tem algumas limitações, como a janela de tempo até que o órgão seja retirado do corpo da doadora.

Com o transplante entre pacientes vivas, esse tempo é reduzido consideravelmente, aumentando as chances de sucesso.

Transplante de útero entre irmãs

O transplante entre as irmãs foi possível através de uma parceria com uma equipe médica sueca chefiada pelo professor Mats Brännström. O médico foi o primeiro a realizar um transplante útero no mundo. O procedimento possibilitou o nascimento de um bebê em 2014.

A cirurgia pela qual Jéssica e Jaqueline passaram correu bem e as irmãs tiveram boa recuperação após o transplante. Jéssica menstruou pela primeira vez 32 dias após a cirurgia. Ela poderá realizar a primeira fertilização in vitro (FIV) ao completar seis meses do transplante uterino.

Síndrome de Rokitansky

A síndrome de Rokitansky é uma condição rara causada por alteração genética que prejudica o desenvolvimento dos órgãos genitais femininos ainda no período embrionário. O problema acomete uma em cada 5 mil mulheres e pode atingir também o sistema urinário.

Mulheres como ela têm ausência ou desenvolvimento insuficiente do útero, das tubas uterinas e do canal vaginal.

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