ÉRICA MONTENEGRO
DO METRÓPOLES
A Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio de seu escritório regional emitiu um alerta epidemiológico sobre o crescimento de casos de febre oropouche na América Latina.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), até julho deste ano já foram registrados 8.078 casos de febre oropouche na região, sendo que o Brasil é o país mais afetado com 7.284 casos e duas mortes.
O alerta epidemiológico aponta que a expansão da transmissão e a detecção de casos mais graves da doença justificam uma maior vigilância e a caracterização de possíveis casos graves da doença.
“Historicamente, essa doença, (…) estava concentrada na região amazônica. No entanto, fatores como mudanças climáticas, desmatamento e urbanização não planejada têm favorecido sua extensão em estados não-amazônicos do Brasil e para países onde até agora não havia notificações de casos, como Bolívia e Cuba”, alerta o documento da OMS.
Quais são os sintomas da febre oropouche?
De acordo com a Opas, os principais sintomas da febre oropouche são:
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febre súbita;
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dor de cabeça intensa;
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dores nas articulações;
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dores musculares;
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erupções cutâneas;
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sintomas oculares, como fotofobia, diplopia (visão dupla);
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sintomas estomacais, como náuseas, vômitos e diarreia.
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meningite, nos casos mais graves.
Preocupação crescente
Com o número de casos batendo recordes e após a notificação de duas mortes pela doença – as primeiras nortificadas no mundo, aumentaram as preocupações tanto da sociedade como das autoridades de saúde.
“A descoberta desses óbitos tem um impacto significativo. Agora precisamos investigar mais a fundo essa doença, entender melhor como ela age no corpo humano e verificar se há novas variantes do vírus que são mais perigosas”, afirma o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), campus Guarujá, em entrevista anterior ao Metrópoles.
Transmissão e diagnóstico
A febre oropouche é uma doença causada por um vírus transmitido principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que é natural da região amazônica. Mudanças climáticas, desmatamento e urbanização não planejada podem ter favorecido a disseminação do vetor em outras regiões.
O diagnóstico da doença é feito através de exames laboratoriais. O exame mais importante para confirmar o diagnóstico é o exame de sangue para detecção do vírus oropouche através do PCR.
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Outros exames, como o hemograma e as provas de função hepática, podem ser solicitados para avaliar a gravidade da doença e acompanhar a evolução do paciente.
Tratamento e casos graves
Não existe um tratamento específico para a febre oropouche. O tratamento é sintomático, ou seja, visa aliviar os sintomas da doença. Os medicamentos mais utilizados são os analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e a febre.
Em casos mais graves, o paciente pode precisar ser hospitalizado e receber tratamento de suporte, como hidratação intravenosa.
Como se proteger
As medidas de prevenção são as mesmas de outras doenças causadas por picadas de mosquitos:
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uso de repelentes,
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de roupas que cubram pernas e braços quando em matas
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além de tomar precauções adicionais em surtos, especialmente grupos vulneráveis como gestantes.