ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Entregadores de aplicativos de entrega paralisaram suas atividades em Cuiabá nesta segunda-feira (31), aderindo a uma greve nacional que mobiliza trabalhadores de 59 cidades brasileiras.
Com mochilas nas costas, dezenas de profissionais se reuniram em frente à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), protestando contra o que classificam como “exploração” promovida por empresas como iFood e Uber Flash. A manifestação segue até esta terça-feira (1º), com o objetivo de pressionar as plataformas digitais a reconhecerem e valorizarem quem move a economia urbana todos os dias. Uma das pautas é de que os entregadores enfrentam riscos diários sem qualquer respaldo das empresas.
Os entregadores, organizados pela Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea), reivindicam reajuste nas tarifas pagas por corrida, compensação pelos gastos com combustível e manutenção, além de proteção contra acidentes e banimentos injustificados.
A taxa mínima segue congelada em R$ 6,50 há 3 anos, enquanto tudo aumentou no Brasil: gasolina, peças, comida, entre outros. Eles exigem o mínimo: R$10 por entrega, respeito e dignidade. Tendo em vista, que os apps lucram bilhões e tratam quem move as cidades como invisível.
Segundo um dos entregadores, 'eles rodam a cidade inteira, enfrentando sol, chuva e trânsito. Pagam tudo do próprio bolso, inclusive os riscos e não querem ouvir o lado deles', afirmou João Marcos, entregador atuante em Cuiabá há três anos. A fala dele representa o sentimento de milhares que hoje interrompem suas corridas para cobrar dignidade.
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Entre outras sugestões, ele aponta a necessidade de mudar o modelo do seguro de vida que as empresas contratam para os entregadores, em que a cobertura só é válida se o sinistro acontecer quando o motociclista estiver fazendo a entrega de algum pedido.
A greve de 2025 marca a terceira paralisação nacional da categoria. Já as anteriores ocorreram em 2020, durante o auge da pandemia.
A Anea afirma que o movimento representa uma resposta direta ao silêncio das plataformas diante de demandas urgentes. E, se não houver diálogo, novas paralisações vão acontecer nos próximos meses.