PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta terça-feira (31), foi deflagrada a Operação Entrepostos, conduzida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), com objetivo de desmantelar uma organização criminosa armada envolvida no tráfico interestadual de entorpecentes. A organização criminosa operava em várias localidades, incluindo a capital sul-mato-grossense, a cidade fronteiriça de Ponta Porã e em outros estados, como Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
Ao todo foram cumpridos 33 mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão na Capital do Mato Grosso do Sul e em Ponta Porã e, também, nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
Durante o processo de investigações foi identificado a complexidade das operações da organização criminosa desmantelada pelo GAECO/MPMS. A organização tinha um modus operandi altamente especializado, centrado na remessa de grandes quantidades de maconha para outros estados do Brasil, principalmente São Paulo e Minas Gerais.
Sua logística envolvia uma série de integrantes desempenhando funções específicas, com o objetivo de facilitar o transporte e a entrega das drogas enquanto evitavam a detecção pelas autoridades. Alguns dos papéis desempenhados pelos membros da organização criminosa incluíam:
- Gerenciamento e Coordenação: Alguns integrantes eram responsáveis por coordenar todas as etapas da operação, desde a aquisição da droga nas cidades sul-mato-grossenses na fronteira com o país produtor até o transporte para o destino final.
- Motoristas: Havia indivíduos encarregados de dirigir os veículos que transportavam as drogas. Isso incluía motoristas de caminhões usados para o transporte.
- "Batedores": Essas pessoas desempenhavam o papel de vigiar a estrada e garantir que não houvesse interferência policial ou outras ameaças durante o transporte das drogas.
- Auxiliares de Carga/Descarga: Alguns membros eram responsáveis pela carga e descarga das drogas dos veículos, garantindo que a operação ocorresse sem problemas.
Além disso, a organização criminosa contava com empresários proprietários de transportadoras de cargas, o que proporcionava uma camuflagem adicional para suas atividades ilegais. Eles utilizavam cargas lícitas, como grãos e madeira, para ocultar as drogas, tornando mais difícil para as autoridades de fiscalização detectarem o contrabando de entorpecentes durante verificações de rotina nas estradas.
O trabalho investigativo do GAECO/MPMS durou aproximadamente 18 meses e permitiu que nesse período fossem apreendidas mais de 17 toneladas de maconha que pertenciam à organização criminosa, além da prisão em flagrante de 15 de seus membros.
Operação Entrepostos
O nome da operação faz alusão ao fato de que a organização criminosa locava grandes galpões ou barracões em Campo Grande, que serviam de entreposto para o armazenamento temporário das cargas de drogas vindas da cidade fronteiriça de Ponta Porã, sendo que nesses locais ocorria o carregamento e a mescla com a carga lícita nos grandes caminhões de carga que realizavam o transporte para o destino final, que seriam traficantes residentes em outras unidades federativas, tais como São Paulo e Minas Gerais.
As diligências contaram com apoio operacional de equipes do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais e Força Tática, todos da Polícia Militar deste Estado, além da AGEPEN.
