PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Operação Onipresente, com o objetivo de reprimir o garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, no Mato Grosso, e já atingiu avanços significativos desde o início, no dia 10 de novembro.
As ações incluíram a destruição de equipamentos de garimpo como escavadeiras, motores e veículos, além do desmonte de acampamentos que davam suporte às atividades ilegais. Em uma área inspecionada, foi encontrada uma bacia de cianetação, evidenciando o uso de cianeto, um composto altamente tóxico, para refino de minério, que substitui o mercúrio e traz sérios riscos à saúde e ao meio ambiente.
Este é um trabalho contínuo de fiscalização do Ibama, que, em outubro, enfrentou um episódio violento na mesma região. Durante essa operação anterior, as equipes do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram alvo de disparos realizados por garimpeiros fortemente armados. O confronto resultou na morte de quatro garimpeiros e deixou um ferido. Além disso, as autoridades apreenderam armas, munições e outros equipamentos usados pelos criminosos, reforçando a gravidade e os riscos associados ao combate ao garimpo ilegal na área.
TI Sararé
Localizada nos municípios de Conquista D'Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, a Terra Indígena (TI) Sararé, no Mato Grosso, foi homologada em 1985 e é tradicionalmente ocupada pelo povo indígena Nambikwara e ocupa atualmente o primeiro lugar em alertas de garimpo ilegal entre as terras indígenas no Brasil.
Esse aumento na atividade criminosa está ligada à migração de garimpeiros para a área, após uma intensificação das fiscalizações em outras regiões pelo governo federal. A localização e facilidade de acesso à TI Sararé também podem ter facilitado a rápida instalação do garimpo ilegal.
Em resposta, o Ibama tem mantido uma atuação consistente de fiscalização para combater a mineração ilegal, resultando na inutilização de 144 escavadeiras hidráulicas somente neste ano. Com essas ações, houve uma redução significativa na área devastada: em agosto, foram detectados 40 hectares destruídos, que caíram para apenas 7 hectares em setembro, o que equivale a sete campos de futebol.
