ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, concedeu o pedido feito pelo procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Júnior, para acionar o Tribunal de Contas de Mato Grosso a promover, com a maior brevidade possível, a análise das inconsistências nos serviços de Saúde em Cuiabá apontadas pelo governo do Estado em relatório ao Ministério Público de Mato Grosso. A decisão é de 29 de novembro.
O magistrado reforçou a necessidade de urgência da análise e, depois de sua conclusão, a comunicação à Procuradoria Geral de Justiça e ao município de Cuiabá para se manifestarem. O requerimento do MPMT foi anexado nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva, sob a relatoria de Orlando de Almeida Perri.
Mencionando o risco de nova intervenção na Saúde da Capital, Deosdete Cruz Junior solicitou que, caso as falhas apontadas não sejam sanadas a curto prazo, o processo retorne ao MPMT para que seja avaliada a possibilidade de um novo requerimento para imposição de medidas constritivas, dentre elas, uma nova condução pelo governo do Estado.
No ofício encaminhado ao Ministério Público Estadual, o governador do Estado, Mauro Mendes, e o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Gomes de Figueiredo, afirmam que têm enfrentado diversos problemas desde que o Estado assumiu a estadualização da regulação de urgência e emergência do município de Cuiabá, em junho de 2023.
“Desde que ocorreu a efetiva assunção da regulação de urgência e emergência do município de Cuiabá, denominada estadualização da regulação de urgência, a SES/MT tem enfrentando diversos problemas, entre eles e o mais grave, a constante negativa de vagas pelas unidades hospitalares sob gestão municipal a sua própria rede de atenção secundária (UPAS e Policlínicas)”, diz um trecho do ofício.
O Governo do Estado reclamou da ausência de especialidades médicas no âmbito do Hospital São Benedito, redução de equipes, ausência de materiais/insumos no âmbito do Hospital Municipal de Cuiabá, inconstância na realização de procedimentos eletivos, constante solicitação de transferência à rede estadual por ausência de resolutividade, entre outros problemas.
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A crise enfrentada, conforme relatado no ofício, tem acarretado a superlotação e aumento na taxa de permanência dos pacientes no âmbito das UPAS e Policlínicas, aumentando o risco de infecções e óbito dos pacientes nessas unidades. Foram destacados ainda sobrecarga nas unidades hospitalares sob gestão estadual e a redução dos procedimentos de alta complexidade eletivos que são realizados no âmbito dos hospitais estaduais.