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Política e Eleições Sábado, 31 de Agosto de 2024, 09:00 - A | A

31 de Agosto de 2024, 09h:00 A- A+

Política e Eleições / CASO MARIELLE

Ex-sargento Élcio Queiroz declara que foi usado por Lessa no assassinato da vereadora Marielle Franco

Durante a ação penal do STF, Élcio Queiroz, que dirigiu o carro utilizado no crime, alegou que não tinha conhecimento do plano de assassinato ao ser chamado para dirigir o veículo pelo ex-policial Ronnie Lessa

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Nesta sexta-feira (30), o depoimento do ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro Élcio Queiroz foi um desdobramento significativo na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. Durante a ação penal conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Élcio, que dirigiu o carro utilizado no crime, alegou que não tinha conhecimento do plano de assassinato ao ser chamado para dirigir o veículo pelo ex-policial Ronnie Lessa, quem confessou a autoria dos disparos.

Élcio afirmou que foi envolvido em uma "rede de mentiras" e alegou nunca ter ouvido falar de Marielle Franco antes do crime. Esse depoimento faz parte de um acordo de delação premiada, no qual ele admite a participação no crime. A investigação busca apurar se os irmãos Brazão e outros acusados foram os mandantes do assassinato, um crime que gerou grande comoção e questionamentos sobre a violência política no Brasil.

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"Acho que ele [Ronnie] foi desleal comigo e me enganou. Fui envolvido numa rede de mentira. Ele me usou", afirmou.

Apesar de falar que Lessa foi desleal, Élcio Queiroz disse que continuou a amizade com o ex-policial após o crime.

"Eu continuei com minha amizade com Ronnie, mas eu fiquei chateado por não ter falado que seria homicídio", disse.

No depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal, o ex-sargento Élcio Queiroz forneceu detalhes sobre os momentos que antecederam o assassinato de Marielle Franco. Segundo Élcio, ele alertou Ronnie Lessa sobre a presença de Anderson Gomes, o motorista, e Fernanda Chaves, assessora de Marielle, no carro, expressando preocupação de que Lessa pudesse "matar inocentes". Apesar do alerta, Lessa acionou o "modo rajada" da submetralhadora HK que usou no crime.

Élcio relatou que ouviu os disparos, que foram rápidos, mas muito barulhentos, e afirmou que não chegou a ver Marielle sendo executada. Enquanto Anderson Gomes e Marielle Franco foram fatalmente atingidos, Fernanda Chaves não foi atingida pelos tiros e sobreviveu ao ataque. Esse depoimento adiciona camadas de complexidade ao caso, sugerindo que Élcio tinha consciência da gravidade da situação, mas não sabia dos detalhes completos da execução planejada.

No processo, são réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal (sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.

Cerca de 70 testemunhas devem depor na ação penal. Os depoimentos dos réus serão realizados somente no fim do processo.

 

No depoimento desta semana, Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, fez revelações que podem impactar as investigações. Lessa afirmou que ficou sabendo antecipadamente da operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que levou à sua prisão. Além disso, ele declarou que o assassinato de Marielle foi cuidadosamente planejado para evitar que o crime fosse interpretado como um ato de natureza política, o que poderia resultar na entrada da Polícia Federal no caso.

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