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Política e Eleições Segunda-feira, 23 de Setembro de 2024, 13:00 - A | A

23 de Setembro de 2024, 13h:00 A- A+

Política e Eleições / OPERAÇÃO "PUBBLICARE"

Justiça mantém prisão preventiva de Paulo Henrique por integrar em esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho

O parlamentar passou por audiência de custódia no fim da tarde da última sexta-feira(20), após ser preso durante a operação Pubblicare

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O vereador Paulo Henrique (MDB) teve a prisão preventiva mantida em audiência de custódia realizada na tarde da última sexta-feira (20), após ser preso durante a operação Pubblicare.

O parlamentar foi acusado de ter recebido vantagem indevida da facção Comando Vermelho para atuar junto a agentes públicos do município, com a finalidade de garantir a liberação de alvares para realização de festas e shows nacionais promovidos pelo grupo criminoso para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

De acordo com a defesa do parlamentar, ele será encaminhado para o presídio Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, e está sendo elaborado um habeas corpus para reverter a prisão preventiva.

“A gente está preparando já um habeas corpus a ser protocolado junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso de modo a buscar a liberdade do Paulo dentro das investigações. O Paulo não oferece nenhum risco à ordem pública, teve bom comportamento, esteve à disposição das autoridades, as provas que colocaram são provas antigas, de todo o modo são vários pontos que estamos abordando”, declarou o advogado Ricardo Spinelli.

Somado a isso, o jurista ainda alerta que diante da não apresentação de fatos novos quanto às investigações, a prisão de Paulo Henrique também tem cunho eleitoral. “Tem uma conotação eleitoral aí, uma instabilidade no pleito político eleitoral".

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Isso, porque, o vereador foi detido um dia antes da normativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entrar em vigor, a qual proíbe a prisão de candidatos 15 dias antes do pleito. Spinelli explicou que o parlamentar será encaminhado ao Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.

A 'Operação Pubblicare', deflagrada na sexta-feira (20), é a segunda fase da 'Ragnatela', que teve como alvo o parlamentar, o chefe do Cerimonial da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Rodrigo Legal, o DJ Everton Detona, os empresários Willian Gordão e Jardel Pires, promoters, influencer do 'tigrinho' Sthefany Xavier e outros alvos.

O parlamentar foi preso na última sexta-feira e passou por audiência de custódia, em que o juiz decidiu por manter sua prisão preventiva. Ainda não há informações sobre para qual unidade penitenciária Paulo Henrique será encaminhado.

A prisão do vereador  prejudica sua campanha à reeeleição neste pleito, fantando poucas semanas para a eleição. O emedebista trabalhava para se manter na cadeira na próxima legislatura.

No Legislativo cuiabano, os vereadores de oposição devem apresentar um novo pedido de cassação contra o parlamentar, assim como ocorreu em junho deste ano, quando ele foi alvo da Operação Ragnatella e teve sua casa vasculhada por agentes federais.

O pedido está parado na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar. Os integrantes do grupo estavam analisando o inquérito policial oriundo da Operação para verificar decidir se o processo será aberto ou não, mas já avisarm que, na próxima semana, haverá uma reunião para abertuda da processante.

Operação Pubblicare

A Operação Pubblicare é a segunda fase da Ragnatela, que teve como alvo o parlamentar, o chefe do Cerimonial da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Rodrigo Legal, DJ Everton Detona, os empresário Willian Gordão e Jardel Pires, promoters, influencer do 'tigrinho' Sthefany Xavier e outros alvos.

O envolvimento do vereador Paulo Henrique foi exposto em 05 junho deste ano, durante a Operação Ragnatela, como um dos suspeitos de facilitar licenças para shows promovidos pela facção criminosa Comando Vermelho em Cuiabá. Na oportunidade, ele foi alvo de busca e apreensão e teve alguns bens apreendidos.

No âmbito da operação foram cumpridos 15 medidas cautelares, expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá/MT (NIPO). Dentre eles, um mandado de prisão preventiva, sete mandados de busca e apreensão, o sequestro de seis veículos e um imóvel e o bloqueio de contas bancárias.

A operação Pubblicare decorre do desmembramento da operação Ragnatela, deflagrada em junho/2024, quando a FICCO/MT desarticulou um grupo criminoso que teriam adquirido uma casa noturna em Cuiabá pelo valor de R$ 800 mil. A compra foi paga em espécie, com o lucro auferido de atividades ilícitas. A partir de então, os suspeitos passaram a realizar shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa e promoters.

A FICCO identificou que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos, responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária. As investigações também apontam que um parlamentar atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Aos investigados são imputados os crimes de corrupção passiva/ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, juntamente com membros da facção indiciados durante a operação Ragnatela.

A FICCO/MT é uma força integrada composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar e tem por objetivo realizar uma atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado em Mato Grosso.

*A operação Pubblicare, termo em italiano, faz alusão à atividade do agente público que, ao invés de atuar em prol da população, focava em interesses escusos da facção criminosa.


 

 

 
 

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