ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O prefeito Kalil Baracat (MDB) nomeou, por meio de decreto, Juliano Marçal Rosa Júnior como interventor na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE).
A medida foi tomada respeitando o pedido do Judiciário, diante do escândalo de corrupção no DAE, deflagrada na última sexta-feira (20), com a operação Gota D' Água da Delegacia de Combate à Corrupção. A investigação apontou desvios de mais de R$ 11 milhões do departamento.
O Decreto Municipal entrou em vigor nesta segunda (23) e tem como objetivo assegurar a transparência e a eficiência na gestão do DAE. O ato foi assinado pelo prefeito Kalil Baracat e pelo diretor-presidente do Departamento de Água e Esgoto, Carlos Alberto Simões de Arruda, no Paço Municipal Couto Magalhães.
“O prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat, em respeito à decisão do Poder Judiciário de Mato Grosso, escolheu como interventor na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG)”, diz trecho da nota.
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As investigações apontaram que a organização criminosa era liderada pelo vereador Pablo Pereira (União) e o diretor comercial da autarquia Alessandro Macaúbas Campos. Tanto o parlamentar como o diretor foram presos durante a operação.
Durante a investigação, foi identificada a cobrança de valores por servidores públicos para a execução de serviços que eram cabíveis do DAE aos consumidores. A estimativa é que, desde 2019, a autarquia tenha sofrido um prejuízo de aproximadamente R$ 11,3 milhões.
Diante da situação, o prefeito Kalil Baracat já havia tomado a decisão, como a demissão do diretor e outros servidores envolvidos na caso de corrupção.
A operação
A polícia informou que a operação identificou diversas situações em que foi dificultado o acesso dos moradores à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além da cobrança de propina para realizar serviços aos moradores que era de obrigação do Departamento, como a ligação para água encanada.
Ainda de acordo com as investigações, os crimes eram de conhecimento do chefe do setor, que é apontado como um dos líderes da organização criminosa, junto com o vereador. O esquema, segundo a polícia, gerou um prejuízo de mais de R$ 11 milhões ao município, desde 2019.
Corrupção política
As investigações também revelaram o aparelhamento da Diretoria Comercial do DAE para exploração política pelo vereador, demonstrando a atuação ordenada de diversos servidores em favor da campanha à reeleição, com uso da estrutura pública da instituição.
O vereador tinha como principal função exercer pressão política com a finalidade de fazer valer os objetivos do grupo.
Em nota, o advogado do diretor comercial do do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG), Alessandro Macaúbas Leite de Campos, afirmou que está colaborando com as autoridades.