PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez um apelo por cautela ao comentar as investigações sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri, durante uma coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), nesta segunda-feira (18), em Cuiabá. Mendes destacou a importância de não tomar como verdades todas as informações divulgadas, afirmando que é necessário refletir criticamente sobre o que é compartilhado, tanto por parte das autoridades responsáveis pelas investigações quanto pela imprensa.
Em sua fala, Mendes reforçou que é fundamental agir com responsabilidade na divulgação de informações para garantir o correto andamento das apurações e evitar a disseminação de informações imprecisas ou prejudiciais.
“Nós estamos interessados no esclarecimento desses fatos. Nem tudo que se divulga é necessariamente verdadeiro, é preciso ter muita cautela em relação a essas divulgações, muita reflexão em torno disso. Isso vale para nós, para as autoridades investigadoras e vale para a imprensa”, afirmou Mendes.
Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL
Caso Zampieri
O caso do assassinato de Zampieri gerou a suspeita de um esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Durante as investigações, mensagens de celular revelaram que o empresário cuiabano Andreson de Oliveira estava em contato com Zampieri e com servidores do STJ, o que complicou ainda mais o cenário e atraiu a atenção pública para possíveis implicações de corrupção no sistema judiciário.
As investigações sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri avançam no Supremo Tribunal Federal (STF) após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O caso envolve duas ações distintas. A primeira, que tramitava na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, tem como réus o coronel reformado Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, suspeito de financiar o crime, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, acusado de intermediar o homicídio, e o pedreiro Antônio Gomes da Silva, que confessou ter matado Zampieri.
A segunda ação, que estava sob investigação no Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), apura o envolvimento do fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, indiciado pela Polícia Civil de Mato Grosso como possível mandante do assassinato.
O ministro explicou a decisão de transferir o caso ao STF, destacando que a medida foi tomada devido à repercussão do caso, considerando as possíveis implicações para a prerrogativa de foro. Ele afirmou que, a pedido da PGR, o processo foi distribuído ao ministro Cristiano Zanin, que será responsável por conduzir as investigações. Mendes também se comprometeu a acelerar o andamento do caso, mas se esquivou de comentar sobre o impacto negativo para a imagem do Judiciário.
“Os fatos estão sendo investigados. Como se entendeu que poderia haver repercussão na esfera da prerrogativa de foro esse processo, a pedido da Procuradoria Geral para o Supremo, foi distribuído ao ministro [Cristiano] Zanin, que ficará responsável por conduzir as investigações”, disse.
Acompanhe o vídeo da coletiva de imprensa na ALMT: