ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A Prefeitura de Cuiabá confirmou que irá acelerar as cirurgias eletivas no Hospital Municipal (HMC), no antigo Pronto-Socorro Municipal e no Hospital São Benedito para obter espaço voltado às internações de pacientes contaminados com as arbovirores da dengue, zika e chikungunya. A informação foi confirmada pelo prefeito Abilio Brunini (PL) durante assinatura do decreto de situação de emergência de saúde.
“Estamos tendo o apoio do governo do Estado para que a gente possa ter materiais e instrumentos para fornecer a estrutura da rede hospitalar, do HMC, do Pronto-Socorro e do São Benedito. Estamos adotando as medidas necessárias para acelerar os tratamentos e cirurgias. As cirurgias de ortopedia nós já zeramos a fila e, agora, começamos a zerar as eletivas dentro do hospital para começar a lidar com outras situações. Isso ajuda a desafogar as vagas dentro da rede hospitalar para criar capacidade de atendimento e internação que está vindo das UPAs”, disse o prefeito.
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Na última quinta-feira (23), o prefeito Abilio Brunini decretou situação de emergência de saúde em virtude do aumento dos casos de dengue e chikungunya na Capital. Com duração de 60 dias, o decreto permite que a prefeitura compre medicamentos, equipamentos e insumos sem licitação e suspenda os agendamentos de consultas em Unidades Básicas de Saúde.
De acordo com a justificativa do decreto, entre 29 de dezembro de 2024 e 18 de janeiro de 2025, a Secretaria Municipal de Saúde registrou um aumento de 204,5% nos casos de dengue e 1.913,3% nos casos confirmados de chikungunya. Todavia, o prefeito afirmou que há muitos casos subnotificados e a situação pode ser ainda pior do que aparenta.
De acordo com o prefeito e a secretária municipal de Saúde, Lúcia Helena Barboza, há muitos casos subnotificados de dengue, zika e chikungunya na capital. De acordo com o prefeito, ainda não existe um protocolo de notificação adequado em Cuiabá, portanto, os números registrados são ainda maiores. “Esses dados a gente acredita que está subnotificado, está bem pior do que isso. Porque nem todas as unidades básicas de saúde fizeram uma sinalização adequada de todos os dados, dos indicadores e, como a gente ainda está há poucos dias na gestão, estamos reestruturando toda a Secretaria de Saúde. Não foram encontrados dentro da rede de gestão de saúde nenhum protocolo (sic) adequado instalado para que a gente pudesse aperfeiçoar esse procedimento”, disse o prefeito.
Abilio explicou que os dados utilizados para embasar o decreto foram obtidos por meio da Vigilância Sanitária e também pelos atendimentos nas unidades básicas de saúde e nas Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs).
Além de montar um Comitê de Operações Emergenciais articulado pela Secretaria Municipal de Saúde para conter o avanço das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, a prefeitura busca criar mais vagas na rede municipal de saúde para tratar as pessoas já infectadas.
Notificação é obrigatória
A secretária de Saúde, Lucia Helena, afirma que a notificação dos casos das doenças é obrigatória, pois somente a partir dela é que a gestão pode adotar medidas concentradas para combater o avanço dos casos.
“Mesmo em caso de suspeição, é obrigatória a notificação compulsória. Existe um boletim de notificação que precisa ser preenchido, mesmo o médico não tendo feito exame que feche o diagnóstico, ele tem que notificar. É a partir dessa notificação que a Vigilância vai trabalhar para identificar os bolsões e determinar as ações a serem feitas”, reforçou Lucia Helena. Essa notificação vale para tanto a rede pública quanto para a privada de saúde.