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Política e Eleições Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024, 13:40 - A | A

11 de Outubro de 2024, 13h:40 A- A+

Política e Eleições / CASO PAULO HENRIQUE

Suplente Raufrides assume cadeira de vereador afastado por ligação com Comando Vermelho

O termo de posse foi publicado na Gazeta Municipal desta quinta-feira (10)

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O presidente da Câmara de Cuiabá, Chico 2000 (PL), empossou o suplente Raufrides Macedo (PSD) na vaga do vereador Paulo Henrique (MDB), afastado pelo Tribunal de Justiça (TJMT) do Legislativo. "PH" é investigado por suposta associação com o Comando Vermelho e facilitação para a facção receber licenças de eventos. Raufrides é ex-secretário Municipal de Obras e assumiu a cadeira do vereador em junho deste ano quando "PH" foi alvo de busca e apreensão. 

O termo de posse foi publicado na Gazeta Municipal desta quinta-feira (10). Segundo o documento, Raufrides foi empossado na segunda-feira (7). "O presidente declarou empossado como Vereador da Câmara Municipal de Cuiabá o senhor Raufrides Macedo, dispensando-o do juramento porque já o fez nesta legislatura e concedeu-lhe a palavra para realizar seu discurso", cita a publicação. 

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Paulo Henrique foi preso pela Polícia Federal em 20 de setembro, no âmbito da Operação Pubblicare. Ele é acusado de ser líder de um dos braços da organização criminosa composta por agentes públicos, faccionados do Comando Vermelho e promoters de eventos.

O grupo montou um esquema de lavagem de dinheiro, por meio de realização de shows nacionais e eventos. O objetivo era ‘limpar’ o dinheiro oriundo de tráfico de drogas. O vereador atuava como elo entre a facção e os agentes públicos, facilitando a emissão de alvarás para realização dos eventos. Em troca, ele recebia vantagens financeiras.

Na primeira fase da operação, em junho deste ano, o parlamentar foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão por supostamente fazer a ‘ponte’ entre a organização criminosa e os agentes públicos da Secretaria Municipal de Ordem Pública.

A operação é um desdobramento da Operação Ragnatela, deflagrada em junho de 2024 pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT). Naquela ocasião, a polícia desarticulou um grupo criminoso envolvido na compra de uma casa noturna em Cuiabá por R$ 800 mil, valor pago em espécie e proveniente de atividades ilícitas. Após a aquisição, os envolvidos passaram a promover eventos com MCs nacionalmente famosos, financiados pela facção criminosa e promoters.

A FICCO/MT identificou que o grupo criminoso desmantelado na Operação Pubblicare contava com o apoio de agentes públicos que facilitavam a realização dos shows ao conceder licenças e permissões sem a documentação adequada. As investigações também revelaram que um parlamentar estava envolvido diretamente, intermediando as ações entre o grupo criminoso e os agentes públicos, em troca de benefícios financeiros.

Os envolvidos são investigados por crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, todos relacionados com membros da facção já indiciados na Operação Ragnatela.

Eleição Municipal


Mesmo diante das medidas cautelares, Paulo Henrique deixou a cadeira e deu continuidade em sua campanha à reeleição. No entanto, foi um fracasso nas urnas e ficará de fora da próxima legislatura da Câmara de Cuiabá.
 
Além disso, ele ainda corre o risco de ficar inelegível, uma vez que tramita no Legislativo Cuiabano um processo de cassação contra o parlamentar afastado.

 

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