ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O vereador por Cuiabá, Jeferson Siqueira (PSD) protocolou uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) requerendo que o deputado federal e prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL) apresente provas sobre as acusações de que ele e outros parlamentares teriam ligações com a facção criminosa, o Comando Vermelho. O anúncio da interpelação foi feito na manhã desta terça-feira (12), durante coletiva de imprensa na Câmara Municipal de Cuiabá.
Na Tribuna da Câmara, o parlamentar desceu a lenha no prefeito eleito, que nem mesmo começou o mandato e já está interferindo em tudo na Casa de Leis, com acusações infundadas e sem provas. "Como temos vimos o nosso prefeito eleito, na tentativa de desqualificar o parlamento cuiabano, na tentativa de rotular alguns vereadores de forma covarde, de forma irresponsável, fazendo afirmações e acusações sem analisar o quanto isso pode prejudicar a vida de alguém que chegou aqui trabalhando, enfrentando primeiro as urnas, a opinião pública com muita responsabilidade, não apenas um discurso, mas apresentando os trabalhos prestados. Eu me sinto no dever não apenas o nome do vereador Jeferson Siqueira, mas também de defender o parlamento cuiabano dessas atitudes antidemocráticas que o prefeito Abilio tem feito em relação a essa Casa de Leis. A cada entrevista é um ataque, a cada oportunidade de falar do seu programa de governo, ele vem interferindo nesta Casa para complicar de vez”.
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Jeferson cita aos colegas de Parlamento que votou em Abilio em 2020, juntamente com sua família e acreditou que ele seria a melhor aposta para Cuiabá. “Eu fico pensando naquele Abilio que eu votei em 2020, que estava em Brasília defendendo, falando, participando dos atos democráticos a favor da liberdade de expressão. Que hoje, disse para toda a imprensa, que se Jeferson for presidente da Câmara, ele não vai conversar com esse parlamento. Gente, que democracia esse prefeito está vivendo, em qual país ele está vivendo, de que lado ele está. Você pode ter os seus desconfortos, seus conceitos ideológicos, partidários, políticos, mas você não pode deixar com que as suas escolhas sejam maiores do que a nossa maior e a que deve ter mais consideração que é o povo cuiabano sofrer mais uma vez com esse tipo de ataque a democracia”.
O parlamentar apresenta a interpelação contra o prefeito Abilio. “Portanto, está aqui, a defesa desse parlamento. Os parlamentares aqui, a dias vem sofrendo ataques de forma irresponsável por este que diz ser um exemplo de democrata e de democracia. Está aqui a interpelação ao prefeito Abilio. No fórum vai responder. No Tribunal Federal Regional vai responder, para que ele possa provar. Dê nomes aos bois. Para que ele possa de fato comprovar a interferência na formação da Mesa Diretora. Que ele disse que houve interferência do ministro Carlos Fávaro, que houve interferência do deputado Eduardo Botelho. Que ele não aceitaria que eu estava fazendo nos corredores desta Casa. Que ele tentou atrelar o meu nome a uma facção criminosa. Só porque eu vim da periferia, só porque meu pai foi assassinado ainda quando eu tinha três anos de idade. Só porque eu passei por um processo de adoção, só porque eu não sou branco. Só porque o meu cabelo é ruim. Me respeita Abilio. Eu estudei, eu me formei, eu sou um vencedor, eu tenho família, eu tenho um filhos”.
O vereador explica a razão de ter tirado o nome Pastor Jeferson. “Sabe porque eu tirei o pastor Jeferson da denominação. Porque é proibido evangélico participar do fórum político ou eu to mentindo aqui?”, indaga ele aos colegas.
Ele explica que na igreja Assembleia de Deus não se pode fazer o uso de títulos ou subtítulos para que de alguma forma entenderem que é um privilégio no parlamento.“O Abilio vai ter que provar agora. O que ele fez foi tentar desqualificar alguém que simplesmente se colocou para ser candidato à presidência da Câmara”… Mais aí ele disse que quem se opõe a interferência dele, tem interesse escuso. Eu quero que o Abilio mostre quais são esses interesses. Que ele fale a verdade. Ele afirmou, ele acusou. E agora tá dizendo o seguinte: Eu ouvi nos corredores, foi um boato, que se o boato não tiver certo, a polícia está aí. Se boato der errado, aí ele diz que vida que segue. Não vai ser vida que segue não Abilio. Abilio, você vai ter alguns dias para provar isso aqui {ao se referir a denúncia]. Se o senhor não provar e não vai provar, porque eu sei do que eu estou falando, vai se tornar um processe criminal contra ele”.
E por fim, Jeferson finaliza. “Se eleito presidente desta Casa, eu vou cultivar a educação que eu tive desde criança de respeitar, eu vou te procurar pra tomar um café com o senhor. Senhor pode fechar porta, falar que não quer. Eu quero o melhor para Cuiabá. E ainda vou agendar com o senhor para conversar com o presidente Lula, com ministro Carlos Fávaro, independente das questões ideológicas ou políticas partidárias. Vamos buscar recursos para Cuiabá. Construir casas, moradias, tapar buraco, dar educação para as criançadas, para os cuiabanos e para quem reside aqui. Que nós somos cuiabanos. Abilio, vamos juntos construir uma Cuiabá que pode ficar melhor”, afirmou.
Irritado Jeferson manda recado para a nova vereadora eleita Paula Calil (PL), indicada por Abilio para ser presidente da Câmara de Cuiabá. “E o que eu fico mais assustado, é ele [Abilio], dizer que o grupo que se opõe a interferência dele e da vereadora Paula Calil, com todo respeito vereadora, a senhora chega falando que ninguém fez nada nesses quatro anos também. A senhora falou o que não deve. Caminha comigo. Anda comigo. Eu convido a senhora a visitar tudo o que nós fizemos nesses quatro anos, para a senhora aprender a respeitar o parlamento cuiabano e os vereadores que aqui estão”.
Foto: Elisa Ribeiro