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Política e Eleições Quarta-feira, 14 de Agosto de 2024, 13:40 - A | A

14 de Agosto de 2024, 13h:40 A- A+

Política e Eleições / OPERAÇÃO RAGNATELA

Vereador Paulo Henrique entra na mira de investigação da GAECO- MT por possível envolvimento com o Comando Vermelho

As investigações apontavam que o vereador atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, recursos financeiros

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) tem investigado em inquérito separado o envolvimento do vereador de Cuiabá, Paulo Henrique, no suposto esquema criminoso objeto da Operação Ragnatela. O caso tramita em segredo de Justiça.

A manifestação do Gaeco foi acostada na última quinta-feira (08) no processo penal, onde 11 pessoas já se encontram como rés.

O parecer do Ministério Público atendeu à ordem do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

No mês passado, ao receber a denúncia sobre o caso, o magistrado mandou intimar o órgão ministerial para explicar a situação do vereador, já que Paulo Henrique esteve entre os alvos da operação.

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A operação investigou um núcleo da facção criminosa do Comando Vermelho responsável pela lavagem de dinheiro em casas noturnas. As investigações apontavam, até então, que o vereador atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, recursos financeiros.

Além de informar que segue apurando o possível envolvimento do vereador com a facção, o Gaeco afirmou que requereu o arquivamento das investigações em relação a Antidia Tatiane Moura Ribeiro, Danilo Lima de Oliveira, Everton Marcelino Muniz, Renan Diego dos Santos Josetti, Stheffany Xavier de Melo Silva e Vinicius Pereira da Silva, que não foram denunciados.

Operação Ragnatela

A investigação identificou que criminosos teriam adquirido uma casa noturna em Cuiabá, pelo valor de R$ 800 mil, pagos em espécie, com o lucro auferido por meio de atividades ilícitas. A partir de então, o grupo passou a realizar shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeado pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promotores de eventos.

Segundo apurado, os integrantes da facção repassaram ordens para que não fosse contratado artista de São Paulo, tendo em vista ser o estado de outra facção, possivelmente, rival da que atua em Mato Grosso. Por conta dessa ordem, o artista conhecido como MC Daniel foi hostilizado durante a realização de um show em Cuiabá, em dezembro de 2023, e teve que sair escoltado do local. O integrante da facção que promoveu o show foi punido pelo grupo com a pena de ficar sem realizar shows e frequentar casas noturnas em Cuiabá, pelo período de dois anos.

Durante as investigações também foi identificado que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária.

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco) apurou ainda que um parlamentar municipal atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Em continuidade à investigação, os policiais identificaram um esquema para introduzir celulares dentro de unidade prisional e transferências de lideranças da facção para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado, que se encontra em liberdade.

 

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