ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A Justiça de Mato Grosso, converteu em prisão preventiva a detenção de Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, e de seu filho Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, acusados de envolvimento no assassinato de Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos. A decisão foi do juiz da 2° vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis.
Em depoimento, Benedito Anunciação de Santana, contou que se encontrou com seu filho Gustavo Benedito Santana e mais dois amigos e levou todos para a casa da vítima. Depois, foi embora.
Ao ser questionado sobre qual instrução ele teria dado para os comparsas, afirmou que não tinha nenhum acordo, mas que "era somente para dar um susto".
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Benedito estaria furioso com a namorada após encontrar mensagens dela com o ex-marido. Dominado pelo ódio, ele decidiu planejar a morte da enteada no mesmo dia.
Em sua defesa, o ex-servidor tentou apontar a ex-namorada e mãe da adolescente como mandante do crime. Segundo ele, a mãe não aceitava o fato de Heloysa, supostamente, ser homossexual.
Os dois suspeitos foram transferidos para a Penitenciária Central do Estado (PCE), onde estão detidos no Raio 8, ala de segurança máxima. Conforme informações apuradas, pai e filho permanecem em celas separadas, medida comum em casos de alta repercussão ou por questões de segurança.
O advogado da dupla, Rodrigo Pouso, destacou que a prisão não tem prazo determinado. “Vai depender agora do trabalho da defesa também. Existem mecanismos legais que podemos usar para tentar a liberdade, mas há uma investigação em curso e, por enquanto, eles vão permanecer em prisão preventiva”, declarou o defensor.
A defesa acompanha o andamento das investigações e avalia os próximos passos jurídicos, enquanto aguarda novas diligências que possam esclarecer os fatos. O caso segue sendo apurado pela polícia, e novas informações devem ser divulgadas nos próximos dias.
O Caso
A adolescente foi encontrada morta em um poço no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá, na noite de 22 de abril. O caso, inicialmente tratado como roubo e sequestro, passou a ser investigado como feminicídio. Ela foi estrangulada com um cabo de celular e jogada no poço já sem vida, com sinais de resistência e os braços amarrados.
Um menor de 17 anos confessou o crime e afirmou ter agido a mando do padrasto da vítima, Benedito, com a ajuda de seu filho e de outro adolescente. Segundo os depoimentos, Benedito esperou a enteada morrer antes de sair para trabalhar. A mãe da vítima, Suellen, não foi morta porque chegou mais tarde em casa e acompanhada.
Benedito e seu filho foram indiciados por feminicídio, roubo majorado e corrupção de menores. Os adolescentes responderão por ato infracional análogo aos mesmos crimes, exceto corrupção de menores.
