PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta terça-feira (25), o juiz Jones Gattass Dias foi empossado como desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em solenidade no Plenário 1 – “Desembargador Wandyr Clait Duarte” –, na sede do Palácio da Justiça, em Cuiabá.
Em seu primeiro pronunciamento, ele ressaltou que a ampla influência das redes sociais constitui um dos grandes desafios atuais para o Judiciário e enfatizou a importância de fortalecer a imagem institucional para combater a disseminação de informações falsas sobre a prestação jurisdicional.
“Tais avanços não eximem o Poder Judiciário de críticas, sejam elas pertinentes, e por isso sempre saudáveis e bem vinda, ou levianas, decorrentes da má informação dos serviços prestados, especialmente em tempo de espaços assegurados em redes sociais, de se dirigir às pessoas e instituições que as representam, para exigir providências e provocar atitudes que impactam em favor da coletividade”.
Segundo ele, os avanços tecnológicos não eliminam as críticas – sejam elas construtivas ou infundadas –, mas intensificam uma “guerra de narrativas”, onde uma mesma cena pode ser interpretada de formas diametralmente opostas.“Torna possível que uma mesma cena vista pessoas de lados antagônicos, revele para uma um dia de sol e céu azul e para o outro um dia chuvoso e trovoadas”, observou.
Jones ressaltou que o Judiciário enfrenta o desafio de equilibrar sua função de julgador com a necessidade de se defender e posicionar diante das provocações nas redes sociais. O desembargador também abordou os impactos da utilização da Inteligência Artificial no acesso à Justiça, destacando que os recursos tecnológicos podem ampliar o alcance dos serviços e promover maior celeridade e eficiência na prestação jurisdicional.Para ele, a confiança e a imparcialidade devem ser pilares que garantam à sociedade a certeza de que a busca por uma solução jurídica resultará na correta aplicação da lei, demonstrando presteza e eficiência.
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“O Poder Judiciário ainda convive com essa dificuldade em lidar com essa nova ordem do ambiente virtual, ora na posição de julgador, ora na posição institucional de se defender e se posicionar diante de provocações, experimentando o dilema na identificação entre a mera crítica e uma postura delituosa a merecer reprimenda. A sociedade precisa ter certeza que ao procurar uma solução jurídica para o conflito, sempre encontrará no judiciário a presteza e eficiência e a garantia de que o julgamento de seu pleito resultará na correta aplicação da lei. A sociedade precisa enxergar a imagem de confiança e imparcialidade do Judiciário”, completou.
Durante a cerimônia, Jones rememorou sua trajetória de quase 29 anos na magistratura, iniciada em 1996, na comarca de São Félix do Araguaia, passando por Tangará da Serra e Várzea Grande, onde atuou nas Varas da Infância e Juventude. Esse percurso, segundo ele, foi fundamental para assumir um papel de agente transformador, mobilizando redes de apoio e exigindo políticas públicas eficazes para crianças e adolescentes.
Além das funções em diversas instâncias, como na Corregedoria e na Presidência do TJMT, ele destacou sua passagem como gestor de Precatórios. Ao assumir o novo cargo, expressou orgulho por ter figurado três vezes nas listas preferenciais de outras vagas, ressaltando o compromisso com a dedicação e a excelência na tutela jurisdicional, ciente da imensa responsabilidade que passa a assumir.
