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Saúde Sábado, 05 de Outubro de 2024, 11:20 - A | A

05 de Outubro de 2024, 11h:20 A- A+

Saúde / AVANÇO

Cientistas começam a desenvolver vacina contra câncer de ovário

O desenvolvimento de uma vacina contra o câncer de ovário pode representar um grande avanço para o controle da doença

BETHÂNIA NUNES
DO METRÓPOLES

Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, estão desenvolvendo a primeira vacina contra o câncer de ovário. O financiamento da pesquisa foi anunciado nesta sexta-feira (04) e pode representar um grande avanço para o controle da doença.

O câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A OvarianVax, como é chamada, está sendo desenhada para ensinar o sistema imunológico a reconhecer e atacar as proteínas na superfície do câncer de ovário nos estágios iniciais da doença. O estudo foi financiado pelo Cancer Research UK, com investimento de 600 mil libras (cerca de 4,3 milhões de reais) nos próximos três anos.

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O professor Ahmed Ahmed, principal autor do estudo, acredita que levará anos até que qualquer vacina esteja pronta para o uso amplo da população. Mas ele considera o financiamento um passo empolgante em direção a um mundo onde os médicos podem prevenir o câncer de ovário em um estágio inicial, em vez de tratá-lo quando a doença já estiver instalada.

“Precisamos de melhores estratégias para prevenir o câncer de ovário. Atualmente, mulheres com mutações BRCA1/2, que estão em risco muito alto, recebem cirurgia que previne o câncer, mas as priva da chance de ter filhos depois. Ao mesmo tempo, muitos outros casos de câncer de ovário não são detectados até que estejam em um estágio muito mais avançado”, afirma o pesquisador em comunicado à imprensa.

 

O risco de câncer de ovário é até 65% maior em mulheres com mutação nos genes BRCA 1, e até 35% maior nas com mutação no BRCA 2, em comparação com mulheres sem essas alterações genéticas.

Vacina contra câncer de ovário

Pesquisas anteriores do professor Ahmed mostraram que as células imunes de pacientes com câncer de ovário “lembram” do tumor.

A primeira fase do novo estudo será feita em laboratório, com amostras coletadas de pacientes com câncer de ovário. A fase 1 terá como foco identificar quais proteínas na superfície das células de câncer de ovário em estágio inicial são mais fortemente reconhecidas pelo sistema imune e treinar a defesa do corpo para atacar esses antígenos associados a tumores.

Se a primeira fase for bem-sucedida, os pesquisadores começarão os testes clínicos da vacina com pacientes com mutações BRCA 1 e BRCA 2 e em uma população de mulheres sem a doença para avaliar se a vacina poderia prevenir o desenvolvimento do câncer.

“Ensinar o sistema imunológico a reconhecer os primeiros sinais de câncer é um desafio difícil. Mas agora temos ferramentas altamente sofisticadas que nos dão insights reais sobre como o sistema imunológico reconhece o câncer de ovário”, considera Ahmed.

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