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Saúde Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024, 15:07 - A | A

04 de Outubro de 2024, 15h:07 A- A+

Saúde / TORCICOLO CONGÊNITO

Condição atrapalha amamentação e sono do bebê: saiba mais

Pais devem ficar atentos aos sinais de alerta. O tratamento com fisioterapia logo nos primeiros meses de vida do bebê é fundamental

BETHÂNIA NUNES
DO METRÓPOLES

Bebês que passam a maior parte do tempo com a cabeça inclinada para o mesmo lado e reclamam quando precisam virar o pescoço para mamar ou olhar um estímulo podem estar sofrendo de torcicolo.

O problema afeta entre 12% e 16% dos bebês, que sentem dificuldade para mexer a cabeça. “Pais bastante observadores começam a notar que a criança está sempre com a cabecinha inclinada para o mesmo lado, não gosta de virar para posição oposta ou tem limitação de movimento”, explica a pediatra Sandi Sato, da Maternidade Brasília.

Torcicolo em bebês

O torcicolo congênito é uma alteração músculo-esquelética que acontece em recém-nascidos. Ela é caracterizada pela contração excessiva ou o encurtamento de um músculo muito importante na região cervical, o esternocleidomastóideo.

Esse músculo é responsável pela flexão, rotação e inclinação da cabeça. O problema costuma afetar apenas um lado do pescoço: por isso, o bebê tende a ficar com a cabecinha virada para um dos lados.

A principal causa do torcicolo em bebês é a má postura enquanto ele ainda está no útero da mãe ou após o nascimento. “A criança fica encaixada na mesma posição por um período muito longo e isso pode levar ao encurtamento do músculo”, explica Leva Shayani, coordenadora da Fisioterapia Pediátrica do Hospital Brasília Águas Claras.

Em casos muito mais raros, o torcicolo pode estar relacionado ao crescimento de um tumor pequeno na região.

Sinais de alerta

Os primeiros sinais do torcicolo são percebidos logo após o nascimento do bebê. Os pais podem notar comportamentos como:

  • A criança tende a inclinar a cabeça sempre para o mesmo lado;

  • Tem preferência por um peito para mamar, porque ele tem dificuldade para virar a cabeça na posição contrária. “A mãe acaba sendo prejudicada porque não vai conseguir amamentar em um dos seios”, explica a fisioterapeuta.

“São situações observadas aos poucos, que indicam algo errado naquele pescocinho. Mas muitos pais acabam não observando essa inclinação”, diz a fisioterapeuta.

Tratamento

Nos casos mais leves, com o estímulo dos pais orientado por médicos, o torcicolo pode melhorar espontaneamente. Mas a maioria dos casos precisa de fisioterapia e deve começar o mais rápido possível para evitar dor crônica e deformidades.

A fisioterapia visa alongar e liberar o músculo. O tratamento também pode ser associado com o uso de bandagens, microcorrentes e osteopatia. As sessões costumam ser feitas de uma a duas vezes por semana na clínica e devem continuar em casa, com os pais.

O tempo de resposta depende do grau do encurtamento e da rapidez com que o tratamento começa a ser feito. “Quanto mais rápido for identificado, mais rápido se resolve”, afirma a fisioterapeuta Leva.

 

Estudos mostram que quando a fisioterapia começa antes dos 6 meses de idade, há 97% de chances de resolução completa do problema. Quando o tratamento é postergado para a janela de 6 meses a 1 ano de vida, o sucesso cai para 90% a 95%.

De acordo com a fisioterapeuta, retardar mais o tratamento pode levar à dor crônica, deformidades do rosto e no formato da cabeça (assimetria craniana), e provocar escoliose torácica, uma curvatura no meio da coluna, em casos mais raros.

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“Se você tem um músculo que puxa o osso com muita força, ele tende a ficar em uma postura inadequada. Existem situações graves, onde não houve nenhum tipo de tratamento, que em algum momento vai ser necessária intervenção cirúrgica, mas são casos muito raros. É uma deformidade que pode ser revertida”, diz a fisioterapeuta.

A pediatra Sandi alerta que as consultas de crescimento e desenvolvimento da criança com um pediatra são importantes para o diagnóstico. “Durante todo o primeiro ano de vida, a criança está em um período de adaptação à vida. O pediatra pode ajudar a orientar essas famílias sobre o que está dentro do esperado ou não e levantar a suspeita de que o bebezinho pode ter o torcicolo congênito”, esclarece a médica.

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